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O mundo ao redor
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Uma escola, como qualquer instituição, não existe isolada da comunidade em que se insere, transforma e é transformada por diversos fatores, seja no sentido do desenvolvimento local, seja em instabilidades ou resistência às mudanças da economia globalizada e a mudanças climáticas. Assim, a escola não é indiferente aos problemas, desafios, oportunidades, e riscos, que eventualmente enfrenta.

Toda estruturação social humana, a exemplo das comunidades escolares em especial sendo unidades essencialmente comunicativas e de convivência, tem a responsabilidade de contribuir para a resolução de seus próprios conflitos e dissensos no âmbito interno e ainda também resolver alguns dos problemas da comunidade, mas ela não conseguirá sozinha “salvar” o mundo, mas é um ator social fundamental para o desenvolvimento local em parceira com outras partes interessadas, como empresas, governo, e a sociedade civil organizada, formada na comunidade escolar, no sentido de corroborar como o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável que trata da diversidade de espécies dos  ambientes marinhos e terrestre (ODS14 e ODS15).

Além dos problemas econômicos, políticos e sociais, um dos desafios que afetam a sociedade brasileira hoje é o comportamento absolutamente não sustentável, entre eles a nossa aparente incapacidade de coexistência equilibrada com outras espécies, diariamente centenas são extintas: estamos levando muitos a extinção, principalmente os de grande porte, como elefantes, zebras, grandes felinos que já podem ser contados, assim como os macacos, pássaros para não falar das espécies marinhas.

E por causa do desequilíbrio da cadeia alimentar permite a proliferação desenfreada de outros animais, seja pelo desequilibro do sistema, seja por falha no trato com nosso lixo (ratos, baratas, pombos, mosquito da dengue, pragas e outros) seja com o abandono e quase ausência de política pública de controle e da população em geral.

Na arrogância dos seres humanos, não reconhecemos que as outras espécies ,tem muito a nos ensinar, desde o comportamento coletivo e trabalhador das formigas, as comunidades de abelhas, a fidelidade e amor que os animais domésticos e temos ainda muito a aprender com o mundo animal , as escolas poderiam incentivar conhecimento por meio dos animais não no campo do experimento em laboratórios para disseca-los mas pra aprender sobre e com eles.

Registros do século IX já versavam sobre a utilização de animais em tratamentos de pessoas com deficiência, e ainda antes de 1800 na Inglaterra, estes também foram utilizados em terapias com pacientes com esquizofrenia, preparando-se jovens médicos para esta atividade. No Brasil, com a atuação da médica Nise da Silveira realizados no hospital psiquiátrico Dom Pedro II no Rio de Janeiro foram realizadas as primeiras tentativas terapêuticas com animais.

Ainda são incipientes os envolvimentos acadêmicos com esta área, cujos benefícios vão desde a redução dos comportamentos violentos, melhora na habilidade motora, acolhimento e segurança, e principalmente interação social.

Portanto, as escolas são também locais propícios a inclusão sobre debates sobre a inserção dos animais na vida cotidiana, comunicação de pensamentos e sentimentos, além de local de desenvolvimento moral, dado que ali existe todo um processo de construção de regras de coexistência, para manutenção de relações de confiança e respeito. Ao lado do desenvolvimento cognitivo, que facilita o acesso a um maior número de informações para manejo futuro das complexidades do mundo, é na ampliação do relacionamento afetivo que se promove a exploração mais eficiente do próprio corpo e do espaço ao redor, para interagir com o meio ambiente de forma integral.

Uma boa escola estrutura-se de modo a levar seus “alunos” a construírem e aprenderem – no sentido de modificar um comportamento inadequado por exemplo a violência –  modos de vida que não comprometam as próximas gerações, inclusive as de outras espécies que não a nossa, a assumirem valores em que todos possam ser interdependentes sem escravização, a cooperar respeitando diferenças, a ampliar a reciprocidade e autonomia.

Com toda a atual revolução tecnológica que nos permite saber tudo o que se passa em todas as partes do planeta, quase como se fossemos oniscientes, ou até tivéssemos o dom da ubiquidade, pois a tudo assistimos como se estivéssemos presentes, é incrível como podemos estar indiferentes a este imenso problema – entre outros humanos e outras espécies – que estamos gerando.

Destruir outras espécies não é ético e representa inclusive a diminuição de nossa faculdade de aprender e de existir.

Imersos no ruído constante de nossas comunicações, envolvidos em multidões, recebendo milhares de mensagens diárias, nossa sociedade por um lado aumenta nossa criatividade, e por outro arrisca-se a nos levar à extinção por pura inércia. O dia do meio ambiente é simbólico, todos os dias devemos como educadores levar para as nossas crianças os valores de respeito ao Planeta Terra e a todas as espécies que nela habitam.

 

*Artigo escrito pela Professora Wanda Camargo, representante do UniBrasil Centro Universitário no Núcleo de Instituições de Ensino Superior (NIES) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) e pela coordenadora executiva do CPCE, Rosane Fontoura. o CPCE é parceiro do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável. 

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