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Imprensa Rio Claro
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Muitos não sabem, mas quando falamos em reciclagem, existe um ator social de extrema importância para o processo que na maioria das vezes passa despercebido e sem a atenção e respeito merecido. Porém, ele existe e é o chamado catador de materiais recicláveis que todos já tivemos a oportunidade de vermos atuando em nossa sociedade, seja por meio da coleta com um carrinho (trabalhador autônomo), seja na coleta com caminhões (cooperativas).

 

No Brasil, a prática de reciclar materiais resultantes do aumento do consumo da população só veio a se consolidar pela figura dos catadores, que no início, em função da falta de oportunidades no mercado de trabalho, buscavam renda para o sustento nas atividades de coleta, seleção e venda de recicláveis.

 

Mas o que muitos não têm ideia é que eles são responsáveis pela coleta de 20% de todo resíduo urbano descartado no Brasil e também essenciais para a sustentabilidade socioambiental do país, contribuindo na preservação e conservação do planeta isto porque, ao recolher o lixo e dar a ele outra destinação, faz com que surja uma utilidade para o que já teoricamente não poderia ser aproveitado, ou seja, esse profissional destina o resíduo para alguém ou para alguma empresa que transformará este resíduo em matéria-prima para um novo produto e dará uma nova vida e significado a este resíduo.

 

Digo profissional porque a profissão de Catador é reconhecida pela CBO – Classificação Brasileira de Ocupações na seção 5192 que traz informações a respeito dos trabalhadores da coleta e da seleção de material reciclável, comprovando o reconhecimento pelo trabalho prestado para a sociedade.

 

Tais informações são consonantes com o objetivo 8 dos ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que trata sobre o trabalho decente e crescimento econômico, com fins de promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos e os ODS 12 que trata da necessidade de mudar o nosso padrão de consumo e produção e na medida que geram renda reduzem o percentual da extrema pobreza (ODS1) da nossa sociedade.

 

Pois é importante termos a consciência de que a sustentabilidade surge como alternativa para a proteção do capital natural para as gerações futuras e nessa visão, com a reciclagem, além de evitar a degradação ambiental, também permite a geração de renda às famílias e atualmente, é uma prática que se fortalece com o surgimento das cooperativas. A formação desses grupos proporciona aos seus membros vantagens como condições dignas de trabalho, renda mensal fixa e maior poder de negociação com os compradores.

 

É preciso então que a sociedade em geral reconheça tal importância destes atores que contribuem para um país mais próspero e justo e auxilie-os por meio de oportunidades, trazendo esta discussão no âmbito do esforço coletivo, pois a preservação do meio ambiente e seus recursos é algo que exige atenção das organizações e da população mundial porque os recursos naturais são limitados e a quantidade de lixo/resíduo  deve ser reduzido para que as espécies do planeta possam sobreviver, inclusive nós humanos.

 

Assim, reciclar também é pensar nas gerações futuras, é valorizar a destinação de um produto considerado lixo para uma nova utilidade deste resíduo, recuperando-o e trazendo uma nova importância para ele neste processo de prática sustentável. Sempre ao descartar considere que outros manusearão estes resíduos. Quando possível passe uma água nas embalagens com molho, proteja os resíduos que são cortantes, separe-os adequadamente, no mínimo o orgânico do não orgânico e também doe roupas, livros e materiais eletrônicos para as organizações sociais aproveitarem estes produtos e principalmente, REPENSE O SEU CONSUMO!

 

*Artigo escrito pela Professora Alessandra Ap. Berton Rodrigues (alebertonrodrigues@gmail.com), da Faculdade CNEC Campo Largo, colaboradora voluntária do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE. O CPCE colabora voluntariamente com o Blog Giro Sustentável.

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