Membros da Associação dos Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu) e da Federação Paranaense de Ciclismo (FPC) estiveram na manhã dessa quinta-feira (22) na sede da Ecovia, concessionária que administra a BR-277, apresentando uma proposta formal de parceria no
desenvolvimento de ações educativas e de segurança a respeito do uso da
estrada por ciclistas.
A reunião com representantes da concessionária foi solicitada pelas entidades ligadas ao esporte e a ciclomobilidade em fevereiro, após a tragédia que matou o ciclista Demétrius Kirach, atropelado pou um caminhão enquanto treinava no acostamento da rodovia.
A principal sugestão apresentada pelos ciclistas foi a instalação de placas de sinalização no trecho urbano e ao longo do acostamento da rodovia.
“A simples sinalização, indicando a presença dos ciclistas dá ao motorista a atenção necessária”, ressalta o Edson Ferreira, o Professor Nescau, representante dos ciclistas profissionais.
Os ciclistas também sugeriram a execução de campanhas educativas, voltadas tanto para os motoristas quanto para os ciclistas que trafegam no trecho da BR-277.
“O mais importante é um política de redução de danos, que traga visibilidade aos ciclistas que trafegam diariamente pela rodovia”, disse o presidente da CicloIguaçu, Goura Nataraj.
Mas, apesar da abertura de um canal de diálogo, a concessionária transferiu a solução do problema para o “Sistema”.
“A Ecovia não tem liberalidade para instalar placas. Temos a concessão da rodovia e toda implantação ou projeto de sinalização precisa da autorização do DER e da Polícia Rodoviária Federal”, explicou o gerente de engenharia e atendimento ao usuário Davi Terna.
Ele sugeriu aos ciclistas que essas reivindicações sejam formalizadas em um documento, que deve ser protocolado e encaminhado aos órgãos competentes para percorrer todos os trâmites.
“A Ecovia pode entrar junto, receber as demandas e encaminhar para o poder concedente”, explicou. O gerente expressou ainda que a Ecovia não é contra o ciclismo e lembrou que a empresa tem metas para a redução de acidentes. “Mas as coisas não são tão instantâneas como a gente quer”, ponderou.
Em outras palavras: tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, protocolado e encaminhado para o DER e PRF se quiser segurança para os ciclistas na rodovia.
De acordo com Terna, até mesmo as campanhas institucionais da Ecovia — como as que pedem a preservação das bromélias e dos guaxinins — precisam ser autorizadas pelo DER e PRF.
Reconhecimento
Durante a reunião, Terna reconheceu o direito dos ciclistas — atletas, trabalhadores e turistas — trafegarem no acostamento da rodovia, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) em seu artigo 244, § 1º e incisos subsequentes. Ele, no entanto, lembrou que o ambiente oferece riscos.
O posicionamento contraria uma nota oficial divulgada pela Ecovia no dia do acidente com Kirach, em que a concessionária lamentou a morte do ciclista, mas afirmou que a rodovia não é lugar de ciclistas.
Terna lembrou que eventos esportivos, provas ou competições seguem outro trâmite, e precisam também precisam de autorização do DER e da PRF.
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