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(Foto: Cesar Brustolin/CMC)
(Foto: Cesar Brustolin/CMC)| Foto:

O prefeito Rafael Greca (PMN) deve ter respirado aliviado nesta quinta-feira (5) quando foi formalizado o subsídio de R$ 71 milhões do governo do Paraná ao transporte coletivo de Curitiba. No anúncio, o foco dado pelo governo e pela prefeitura foi na possibilidade de expandir a integração com a Região Metropolitana, mas o que importa de verdade para a prefeitura  é a possibilidade de manter a tarifa em R$ 4,25 – pelo menos até o fim do ano, quando termina o convênio.

Desde que Greca prometeu congelar a tarifa em 2018, os técnicos da Urbs vinham quebrando a cabeça para dar um jeito de cumprir essa promessa. A ideia defendida desde o fim do ano passado por Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs, era de que reduzindo custos de operação seria possível fazer com que a tarifa técnica – valor que a prefeitura paga às empresas por passageiro – não ficasse mais cara que a tarifa social, aquela que é cobrada na catraca. Mas isso não parece ter sido suficiente.

O problema é que atualmente a tarifa técnica está em R$ 4,24 e a social em R$ 4,25. Ou seja, a margem para reajuste é quase nula. O pior dessa situação é que a tarifa técnica ainda não foi reajustada em 2018. Considerando a inflação, a renovação da frota e o reajuste salarial de motoristas e passageiros, o valor a ser pago às empresas certamente seria maior que arrecadado na catraca. Foi por isso que a prefeitura atrasou o reajuste da tarifa técnica que deveria ter acontecido em fevereiro; se a data-base tivesse sido respeitada Greca seria obrigado a aumentar o preço da passagem ou buscar uma forma de subsidiar o sistema com o combalido caixa municipal.

É esse contexto que faz do subsídio do estado uma ajuda tão importante para a prefeitura. Isso já havia ficado claro quando o ex-governador Beto Richa (PSDB) retirou esse aporte numa aparente retaliação política ao então prefeito Gustavo Fruet (PDT) – que ficou ainda mais evidente quando Richa anunciou a retomada dos repasses no dia em que Greca foi eleito. Sem esses recursos, a prefeitura não conseguiu comprar novos ônibus nem manter a integração tarifária com a Região Metropolitana. O sistema, que já não vinha bem, piorou e perdeu passageiros em um ritmo ainda mais acentuado.

É difícil dissociar a medida do governo das pretensões eleitorais da governadora Cida Borghetti. O transporte coletivo da capital é, afinal, utilizado com frequência como instrumento de campanha eleitoral. Entretanto, com as finanças deterioradas e desamparado de uma política contínua de subsídios, não restam muitas opções ao sistema de ônibus e seus usuários senão comemorar a garantia do congelamento da tarifa, que é a segunda mais cara entre as capitais.

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