Após a derrubada do veto que impedia a concessão de reajuste salarial aos servidores da Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública do Paraná, fica difícil refutar a tese do ex-secretário da Fazenda Mauro Ricardo, que dizia que o estado tem “ilhas de prosperidade em continente de dificuldades”.
A decisão tomada pela Assembleia Legislativa na tarde de segunda-feira (13) permite que os poderes concedam reajuste de 2,6%. Os servidores do Executivo, entretanto, continuam com os salários congelados desde 2015.
Veja como votou cada deputado.
A tomar como base os dados expostos pela governadora Cida Borghetti (PP) na justificativa do veto encaminhado ao legislativo, os deputados concederam reajuste a carreiras com salário médio entre R$ 10 mil – na Assembleia – e R$ 22 mil – no Tribunal de Contas; enquanto os servidores do Executivo, com média salarial de R$ 5,3 mil seguem com os salários congelados.
Aqui vale um destaque à situação da Defensoria Pública, que apesar de estar no bolo dos beneficiados não tem média salarial tão alta entre os servidores. Enquanto os rendimentos brutos dos defensores é de, em média, R$ 21,8 mil, o dos servidores é de R$ 4,5 mil.
Do ponto de vista formal, há dois argumentos que justificam esse abismo entre o salário dos poderes e o do Executivo. O primeiro é que Legislativo e Judiciário têm orçamentos independentes que, por terem fatias generosas do orçamento geral do estado, conseguem absorver os reajustes sem dificuldades.
A outra justificativa mobilizada por quem defende o reajuste aos poderes é que como a quantidade de servidores é bem menor, o impacto global dos reajustes é pequeno.
Esse raciocínio só se sustenta dentro de uma lógica de gabinete. Na prática, o dinheiro sai do mesmo caixa que não tem tido condições de conceder reajustes a professores e policiais e de fazer investimentos em diversas áreas do estado. Mais uma vez, assim como acontece no governo federal, as crises e a necessidade de conter gastos não atingem a elite da burocracia estatal.
Acompanhe o blog no Twitter.
-
Falta de chuva liga sinal de alerta no setor elétrico e pode mexer com conta de luz
-
Jogar tinta na urna se torna símbolo do repúdio dos russos a Putin
-
Resumão da Semana: Michael Jackson esfaqueado por dupla sertaneja, PMs compram bolo para bandido e Gretchen de volta à política
-
Oposição aposta na pressão internacional para desgastar STF
Igreja mais antiga de Curitiba deve ser reaberta no segundo semestre após reforma
Richa diz que esperava carta de anuência, mas sobrenome pesou na decisão do PSDB
Curitiba: PL recua sobre filiação de Richa e pode lançar Paulo Martins como candidato de Bolsonaro
Encontro para filiação de Beto Richa no PL teve telefonema de Aécio e vídeo gravado com Valdemar
Deixe sua opinião