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João Arruda (MDB) e Ratinho Junior (PSD) (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)
João Arruda (MDB) e Ratinho Junior (PSD) (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)| Foto:

A prisão do ex-governador Beto Richa (PSDB) na operação Rádio Patrulha deflagrada nesta terça-feira pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) tem consequências óbvias na disputa das vagas do Paraná ao Senado Federal, já que Richa é um dos principais candidatos ao cargo. As consequências dessa prisão, entretanto, não se restringem ao Senado; elas respingam também nos três principais candidatos ao governo do Paraná.

Cida Borghetti

A relação mais óbvia é entre Richa e Cida Borghetti (PP), que fazem parte da mesma coligação e por quase três anos e meio fizeram parte do mesmo governo, Beto no comando e Cida como vice. Talvez por isso, Cida tenha se adiantado às críticas dos adversários e publicado um vídeo em suas redes sociais no início da tarde dizendo não ter qualquer envolvimento com os desvios apontados pelo Ministério Público no governo do Paraná. A governadora citou ainda o fato de ter demitidos aliados de Richa que foram presos na manhã desta terça-feira.

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“Demiti o senhor Deonilson Roldo (ex-chefe de gabinete de RIcha, preso na manhã desta terça-feira), extingui a secretaria de Cerimonial, que era ocupada pelo senhor Ezequias Moreira, ex-assessor de Richa) […] também não compactuo com nenhuma forma de desvio de conduta, seja ela vinda de servidores, assessores, funcionários públicos ou secretários de estado”, disse.

Ainda que os crimes apurados pelo Gaeco tenham sido cometidos no primeiro mandato de Richa, quando Cida não era vice-governadora, é difícil a atual governadora se livrar dos efeitos dessa prisão.

Ratinho Junior

É difícil que o candidato a explorar essa relação entre Cida e Richa seja Ratinho Junior (PSD). Isso porque ele também esteve ligado à administração tucana. Entre 2013 e 2017 – período que compreende os dois mandatos de Richa – ele foi secretário estadual de Desenvolvimento Urbano. Portanto, para Ratinho, assim como para Cida, o assunto é muito mais algo a ser evitado que trazido ao debate.

João Arruda

Quem partiu para o ataque nessa terça-feira foi João Arruda, candidato do MDB, de perfil oposicionista.

“É triste ver o Paraná no noticiário policial. Triste fim de um governo marcado pela agressão aos professores, pelas contas de luz e água abusivas, e coberto, sempre, por diversas acusações de corrupção”, escreveu Arruda em sua página no Facebook.

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Entretanto, o ímpeto do oposicionista deve ser freado pelo fato de seu sogro, o empresário Joel Malucelli, também ter sido alvo de mandado de prisão na operação Rádio Patrulha. Malucelli só não foi preso porque está na Europa. Isso, obviamente, não passou desapercebido pelos grupos ligados a Beto, Cida e Ratinho.

Na sessão tarde da Assembleia Legislativa nesta terça-feira, após os deputados Tadeu Veneri (PT), Requião Filho (MDB) e Nereu Moura (MDB) terem criticado duramente Beto Richa e usado a prisão como recurso para o debate eleitora, o deputado Hussein Bakri (PSD) foi à tribuna e deixou claro que entre as principais campanhas todo mundo é afetado pela operação do Gaeco.

“Não é salutar trazermos esses assuntos para essa Casa. Vamos deixar lá para fora. Quem é que ganha com isso? […] aliás, eu até achei engraçado quando determinado candidato foi para as redes sociais e não sabia que o sogro estava com prisão decretada, você vê como são difíceis essas coisas”, disse o candidato, indicando que, nesse momento, o espírito de corpo é a melhor estratégia para as campanhas.

Os outros

Se os três candidatos competitivos devem evitar tocar no assunto, os outros concorrentes, especialmente os ligados a partidos mais de esquerda, vão deitar e rolar com o fato. Professor Piva (Psol) foi à sede do Gaeco e fez um vídeo dizendo que a prisão de Richa transformava essa terça-feira em “um dia histórico”.

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Dr. Rosinha (PT), em suas redes sociais, lembrou da ligação dos presos na operação de hoje com as candidaturas de seus adversários.

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