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Tudo pra você entender a briga que envolve Atlético, Petraglia e a Os Fanáticos
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ATENÇÃO: POST PUBLICADO ORIGINALMENTE EM JUNHO DE 2016.

A nota oficial do Atlético, pedindo o fim das torcidas organizadas, recrudesceu a disputa do clube com a Os Fanáticos, sua principal facção. As diferenças entre Mario Celso Petraglia, atualmente presidente do Conselho Deliberativo do Furacão, e a organizada, são antigas e a relação entre eles, confusa. Abaixo, em tópicos, tudo o que você precisa saber sobre o assunto:

– A questão é muito mais complexa do que parece. Não se trata de buscar o “fim da violência” (quem é a favor da violência?). Nem puramente pela “volta das famílias” (nunca foram tão presentes na Baixada, e quem é contra?). Envolve aspectos políticos, comerciais, esportivos, sociais, culturais…

 – A Os Fanáticos apoiou a chapa de Petraglia, Capgigante, nas eleições de dezembro de 2015. Foi aliada também em 2011. Pode parecer que o cartola em algum momento foi favorável aos movimentos organizados de arquibancada. Não é verdade. Nunca foi.

– Petraglia apenas fez uso da Os Fanáticos como trunfo político. O cartola conhece como ninguém o ambiente eleitoral. Foi fundamental na eleição de Jaime Lerner como governador do Paraná, em 1995. Tentou o mesmo com Osmar Dias, em 2010 – participou de 13 campanhas.

– A aliança entre a Capgigante e Os Fanáticos deu resultado nas urnas em 2015. A chapa de situação bateu a Atlético de Novo por apenas 249 votos – 2909 a 2660. O grupo oposicionista também buscou o apoio da facção, mas só convenceu a velha guarda. Não foi o suficiente.

– Petraglia sempre foi contra as organizadas. Desde quando assumiu o Furacão, em 1995. E o motivo principal é claro: o cartola entende que as facções são concorrentes comerciais do clube. Vendem produtos com as cores e os símbolos do Atlético. É um bom ponto.

– Nesse sentido, em dado momento o Atlético chegou a proibir a torcida de utilizar o escudo do clube. Foi quando a Fanáticos criou outro emblema, além da caveira, semelhante ao do Furacão, e passou a estampar a nova marca em suas camisas.

– Ainda nas questões comerciais, o Atlético de Petraglia também já se beneficiou da organizada. Em banner no CT do Caju, em anúncios, propagandas, na promoção do plano de sócios, no site oficial do clube. É outro bom ponto.

– Petraglia tem ainda planos ambiciosos para a Arena. O cartola sempre deixou claro que sonha em negociar os mais de 40 mil lugares do estádio para os sócios, e pelo maior valor possível (chegou a dizer que se apenas um torcedor topasse comprar tudo, venderia). E a Os Fanáticos ocupa um setor nobre (atrás do gol de entrada) e que, pela natureza da organização, acaba “desvalorizado” na visão do dirigente. Não possui cadeiras e tem a associação mais barata: R$ 100.

– Há ainda outro aspecto dessa questão, impossível de mensurar. O benefício das organizadas no incentivo ao time e, consequentemente, no rendimento dos jogadores. É o suficiente para alcançar uma vitória? Difícil dizer. Um time pode ser vitorioso sem sua torcida empurrando? É complicado afirmar.

– De certo que o estádio fica mais interessante com a presença das organizadas. Petraglia mesmo já disse isso, em entrevista ao site Furacão.com, em 2003. “Infelizmente, o Atlético precisa da torcida de modo geral e muito mais da Fanáticos por ser a maior do Sul do Brasil, a mais vibrante, a que movimenta todo estádio com seus gritos de guerra e sua alegrias ao ver o Furacão”. Confira. 

– Proibição da bateria da Os Fanáticos também é rolo antigo. Já ocorreu em 2004, em maio, durante o Brasileiro, e perdurou até a Libertadores de 2005. Vetar os instrumentos de percussão é movimento estratégico da diretoria, reduz de forma importante o poder da facção na bancada.

– Coincidentemente, ou não, nas duas situações em que a diretoria do Atlético proibiu bumbos, caixas e repiniques da Os Fanáticos, baterias “alternativas” surgiram na Baixada. Da última vez, na vitória por 1 a 0 diante do Santos, o clube liberou uma bateria com microfones. Da outra vez, em 2004, uma “fanfarra” apareceu no anel superior do Joaquim Américo.

– Na berlinda, a Os Fanáticos deu margem para as críticas. Membros da facção fizeram um vídeo ameaçando Walter, gravado na sede da torcida. Depois se desculparam. Mas já era tarde.

– Por fim, mas não menos importante, a violência. O Atlético aponta em sua nota oficial diversos prejuízos pela ação de membros da Os Fanáticos. O mais grave deles, em 2013, na última rodada do Brasileiro, conhecido como a “selvageria de Joinville”. Os brigões de Santa Catarina foram punidos, procurados pela polícia, presos e processados pela Justiça.

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