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Pessoas e cadeiras
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Vejo muitos casos, no mundo corporativo, de confusão entre a identidade da pessoa e a da cadeira.

Me refiro a pessoas que se revestem da autoridade de um título, de um cargo, de uma cadeira.

São profissionais de muitos estilos e capacidades, mas que não percebem que não são um cargo ou cadeira, mas apenas estão neste posto, neste momento. Momento que até pode durar um bom período, mas que não deixa de ser passageiro.

Posso ser (na verdade, estar) analista, gerente, diretor, presidente ou qualquer outra posição de uma empresa. Mas tão importante quanto desempenhar bem esta função é lembrar que tudo pode mudar, que tudo vai mudar.

Vejo duas consequências neste comportamento ou atitude: uma mercadológica e outra espiritual.
A mercadológica é óbvia: o mercado é um só, e se você criar bons relacionamentos, construir um bom nome e network, estes tendem a serem úteis e construtivos em outros momentos, no futuro. É como um LinkedIn (rede social para profissionais) automático, tanto em termos de network como de oportunidades e alianças potenciais.

Já a consequência espiritual é bem mais profunda. Primeiro, tem a haver com o princípio budista da impermanência. Todos fazemos parte deste fenômeno. Nosso presente, nossas conquistas, nossas relações, nossas vidas. Tudo muda, tudo passa, tudo se transforma, de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde. E logicamente, com nossas carreiras e nossas posições de trabalho, não é diferente. São trechos de nossa vida profissional em que convivemos mais com certas pessoas, mas que depois passam e são trocados por outros, igualmente passageiros, em maior ou menor velocidade.

Acredito que o que fica, de fato, é um lado tangível (o que vivemos e o trabalho que fizemos), e um outro, bem mais difícil de definir. Trata-se de nossa postura no dia-a-dia, nosso tratamento com os outros, independente de quem eles são (estão) na empresa. Essa postura é o resultado de nossas ações, compreendidas ou não, mas que ajudam a formar nosso legado pessoal/profissional.

Existe aí uma ótica de seres humanos, de respeito, de cortesia, que independe de nosso cargo, do que fazemos e de quanto ganhamos.

Ou seja, a impermanência é certa nos relacionamentos pessoais e profissionais, mas a imagem e a lembrança que causamos ou que levamos, não.

Daí a importância da reflexão, da consciência sobre estar numa posição profissional, não ser esta posição. A tal diferença entre a pessoa e a cadeira.

PS – Recomendo, para quem puder participar, conferir a programação da Escola de Verão do Hub Curitiba (ou, no Facebook ), que acontece de 23/01 a 09/02 na cidade. Temas interessantes e muita troca de ideias.
Farei, neste evento, uma palestra sobre Equilíbrio entre vida profissional e pessoal, abordando diversas perspectivas sobre o assunto, como por exemplo a ideia das pessoas e cadeiras, entre outros inputs para reflexão. 
Participe e divulgue.

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