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Incômodos educacionais? A quem interessa objetar?
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Esperei alguns dias para voltar a editar nova postagem. Quer saber os porquês? Abaixo indico os três motivos:

1- Aguardar a expressão apreciativa dos candidatos classificados à UTFPR.

2- Conferir as observações dos que não foram classificados às vagas disponíveis pelo SISU.

3- Avaliar a impressão geral do poder atribuído ao ENEM

Um silêncio acrítico – A inexperiência dos jovens não lhes impede de comentar sobre a diversidade dos temas da vida em sociedade. Mesmo com dificuldades eles falam, contestam e compartilham conclusões decorrentes do que sentem ou aspiram, mas quando o tema está ligado à educação o silêncio que emitem parece ser coletivo. O ENEM alterou a vida de milhares de estudantes, mas quase não se avista uma observação juvenil sobre o assunto.

Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Sala de aula em Araucária funciona no subsolo de uma capela: 500 alunos no local, que alaga quando chove

Queixar: verbo transitivo – A reportagem Candidatos reclamam… (GP, 12 de fev) é ilustrativa, porque aponta a queixa sobre a morosidade do sistema oferecido pelo MEC, mas os depoimentos, embora exibam as contradições da falta de logística e tempo para o acesso dos interessados no ProUni não sobressaem em número. Você já pensou nos porquês?

Educação é assunto coletivo – Não há qualquer dúvida no que diz respeito à valorização dos temas educacionais, mas os jovens estudantes, seus pais e professores emudecem na hora da observação crítica. Talvez porque atinem unicamente ao fato de encontrar os vilões do mau funcionamento da educação no Brasil, o que lhes coloca cara a cara com o discurso raso da queixa. Criticar é muito mais do que encontrar culpados; é vislumbrar os componentes da queixa, os ingredientes indigestos e pontos da engrenagem que não funcionam com sucesso, assim como a busca de sugestões que solucionem os problemas avistados, mas nem sempre objetivamente descritos.

Aprender a olhar o sistema – Crianças e jovens aprendem desde cedo que é preciso harmonizar o visual das coisas, mas pouco se orienta as novas gerações à compreensão da estrutura, do sistema e o funcionamento das engrenagens educacionais vigentes no Brasil. Cabe às instâncias familiares e escolares o estímulo ao desenvolvimento do olhar que examina a estrutura, lhe decompõe os itens e os recompõe, porque são, em tese, harmoniosamente conexos. Se o resultado é desconexo é preciso advertir e contestar argumentativamente com quem atina ao contrário. É um direito e ao mesmo tempo um dever.

Distanciamento inconcebível – Discurso politico e realidade educacional no país de contrastes não podem ficar de fora do olhar crítico juvenil, porque enquanto nos mantemos distanciados da engrenagem que faz girar as divisas econômicas do país as “excelências” usufrem das benesses mantidas pelos cofres públicos. Atentar à conjuntura que rege o seu município, estado, região ou país é atitude vital à formação integral das novas gerações. Segundo a reportagem Quando o desafio é educar( Paola Carriel,GP, 15/2)o fator qualidade nos investimentos educacionais é a pedra de toque exitosa; desconsiderar a qualidade na formação docente, estrutura dos espaços escolares e ensino nas escolas é desperdiçar oportunidades.

Questões interativas. Que tal participar?

> Você conhece o projeto político educacional que rege as ações no município onde você reside?

> É capaz de identificar quais são as lideranças oficiais e o que fazem pelo sistema educaional?

> É capaz de reproduzir a maior queixa dos pais e dos estudantes no que diz respeito ao funcionamento das escolas de ensino fundamental?

> Conhece o valor da verba educacional destinada ao seu município? Sabe também o valor da despesa em 2008 e 2009?

> Você sabe quanto o seu município ou o estado gasta para manter um aluno na escola pública?

Hoje, enquanto o Zé Pereira, a Colombina e o bloco de rua saltitam enebriados com a batida carnavalesca do seu skabumbskabumbumbum nossas crianças e jovens, sobretudo da escola pública, voltarão, ao final do feriadão carnavalesco, aos espaços escolares destituídos do básico e da segurança para iniciar o semestre letivo(3,5 mil alunos voltam às aulas e salas improvisadas Pedro de Castro e Tatiana Duarte, GP, 9/ 2). Inconcebível.

Seguirei aqui no Twitter; venha comigo…ou até a próxima!

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