Gravidez, maternidade e o esporte competitivo

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Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Gravidez e esporte competitivo não caminham juntos, óbvio.

Foto: Elizangela Lewin, atleta de triatlhon, mãe do pequeno Bernardo.
Créditos do fotografo: Pequena Coruja

Apesar de que entre as décadas de 70 e 80 médicos alemães incentivavam atletas a engravidar para melhorar o rendimento físico.

A gravidez aumenta o nível de hemoglobina do organismo provocando um doping natural implicando diretamente na capacidade aeróbica do atleta. As atletas engravidavam dois meses antes da competição e faziam o aborto logo após. Sem mais comentários…

Mas, comigo não foi bem assim. Inclusive eu descobri minha gravidez justamente pela falta de rendimento nos treinos. No auge da minha carreira, em preparação para a prova clássica mais importante do calendário nacional, de repente… enjoos, muito sono e pernas “queimando”, inchando. Rendimento nenhum no meu caso, muito pelo contrario.

Um misto de emoções. A sonhada maternidade, a alegria de ser mãe com o medo sobre o retorno a competição.

Parei as atividades físicas radicalmente por 3 meses até que a placenta se formasse completamente e então…Bem… e então eu era uma grávida e grávidas não se aventuram de bicicleta pelas estradas. Fui caminhar. Que chato. Vejam minha referência de atividade física era velocidade e adrenalina. Vamos correr então. Não também, eu não estava acostumada a correr, na época eu era ciclista de competição. Depois de travar uma guerra familiar, concordaram que eu voltasse para bicicleta e para as estradas. UFA, enfim em casa novamente.

Foram 6 meses de alegria, disposição, dedicação e realização. Eu pedalei praticamente até o dia do parto, mais precisamente até 1 dia antes. Minha gravidez foi uma alegria completa. Ganhei 14 quilos e minha filhinha nasceu perfeita e saudável. Não é apenas a mulher que ganha com a atividade física. Estudos sugerem que atividades durante a gestação contribuem para o desenvolvimento do sistema nervoso do bebê.

O que importa é que independente da atividade ou esporte escolhido, os exercícios promovem vários benefícios a sua saúde e para o seu bebê. Relaxam, controlam a ansiedade, reduzem o inchaço e as dores musculares (principalmente na região lombar).

Importante salientar que todos os meus movimentos durante a gestação foram acompanhados diariamente pelo médico.

O pós-parto também é muito beneficiado pelos exercícios. Voce se restabelece mais rápido, melhora seu humor e faz com que você se sinta mais bonita. Eu entrei em desespero quando com exatos 30 dias pós parto, fui contratada para que em 7 meses, estivesse novamente alinhada a largar uma prova de ciclismo. Minha barriga parecia uma geleca e eu não conseguia pedalar nem 20 km. Somente a determinação que o esporte nos impõe fez com que eu superasse os quilos e os hormônios a mais no corpo.

Amamentei minha filha por 01 ano e quatro meses competindo e treinando mas isso é uma história para um outro palpite.

Além da amamentação a maior herança que uma mãe atleta pode deixar para seus filhos, é o exemplo, o hábito de se exercitar.

Renata Tozetto é uma renomada triatleta paranaense, mâe de dois meninos e um exemplo a ser seguido. E Kauan e Ian, 11 e 4 anos já sabem disso.

Renata foi mãe aos 22 anos e 29 anos. Nunca deixou seus treinos e hoje reveza os horários com os treinos dos meninos. Amamentou os dois em média por 6 meses . Voltou muito rápido a forma física iniciada também com 30 dias após os partos. Não secou leite nenhum e os meninos são muito saudáveis.

Kauan já competiu natação e duatlhon e hoje é atleta de tênis. Ian nada desde bebê.

Fizemos o vídeo abaixo com a Renata e seus meninos e eu gostaria de dedica-lo a todas as mulheres que desejam ser mães, as que já são mães, as que têm dúvidas sobre o corpo depois de serem mães, as mães atletas e as atletas futuras mamães.

Fantasticas.

Por Cynthia Duarte – Ex Atleta profissional de ciclismo.

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TAGS : CICLISMO – GRAVIDEZ – MATERNIDADE – ESPORTE COMPETITIVO