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O SEU FÍGADO É GORDO???
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Esteatose Hepática, Doença Hepática Gordurosa, Gordura no Fígado ou Fígado Gorduroso, é um distúrbio que se caracteriza pelo acúmulo de gordura (triglicérides) no interior das células do fígado, os hepatócitos. Quando esse depósito atinge menos do que 30% dos hepatócitos, é classificado como LEVE; infiltrações de até 60%, MODERADO, e superior a 60%, é considerada GRAVE.

O fígado é um órgão de cor marrom-avermelhada que se situa no lado superior direito do abdome e exerce mais de 500 funções no organismo. Esse aumento de gordura, constante e por tempo prolongado, pode provocar uma inflamação capaz de evoluir para doenças mais graves como hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer. Nessas situações, o fígado aumenta de tamanho e adquire uma coloração amarelada.

Nos EUA é a doença hepática mais comum, e pode acontecer até na infância, atingindo mais homens com idade 50 + 13 anos. Estima-se que 30% das pessoas apresentam o problema e que desses, metade vai evoluir para quadros mais graves.

CAUSAS: as esteatoses podem ser classificadas em alcoólicas (provocadas pelo consumo excessivo de álcool) e não-alcoólicas.

As causas das esteatoses não-alcoólicas (ENA) não são conhecidas, no entanto, os fatores de risco incluem um estado de Resistência à Insulina, como encontrado na Obesidade, Síndrome Metabólica (artigo publicado anteriormente neste mesmo blog – pressão alta, resistência à insulina, níveis elevados de colesterol e triglicerídeos), Diabetes mellitus tipo II (DM2), má nutrição, perda brusca de peso (incluindo cirurgia bariátrica), sedentarismo, e dislipidemias (alterações das gorduras colesterol e frações). Indivíduos com obesidade abdominal têm maior risco de ENA, porém 3% dos magros também a apresentam. Além disso, certos medicamentos podem causar esteato-hepatite.

A teoria mais aceita atualmente para o desencadeamento da doença foi proposta em 1998 por Day e James e se refere à teoria dos dois hits. Essa teoria aponta a Resistência à insulina como condição inicial (first hit) para o acúmulo de gorduras nas células do fígado e o estresse oxidativo como segundo estímulo (second hit) para o desenvolvimento da inflamação e fibrose.

Precisamos salientar que o aumento de volume do tecido gorduroso e da gordura visceral intra-abdominal contribuem como causas de Resistência à Insulina, o que assinala a importância em combater a obesidade.

Em fases iniciais (leves) não existem sintomas. Eles só surgem quando aparecem as complicações da doença. A fadiga é o principal sintoma relatado. Outro sintoma freqüente é o desconforto no quadrante superior direito do abdome, onde se localiza o fígado. A presença de falta de apetite, perda de peso e prurido (coceiras) indica que a doença já está mais avançada.

Com freqüência, nas fases iniciais, o diagnóstico da esteatose hepática gordurosa não-alcoólica é feito por exames de rotina laboratoriais (sangue) ou de imagem.

 

Até o momento não há um esquema de tratamento amplamente aceito para a esteatose hepática não-alcoólica. As medidas terapêuticas atuais visam não somente impedir a progressão da agressão ao fígado como também tratar as doenças associadas de forma a reduzir o risco cardiovascular. Baseia-se em três pilares: estilo de vida saudável, alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos. Reduções abruptas de peso e longos períodos de jejum devem ser evitados. É recomendado perder no máximo 1 kg por semana, já que neste caso perdas maiores que 1,5 kg por semana aumentam o risco de desencadear o desenvolvimento de “pedras na vesícula”.

Percebe-se que a perda de 10% do peso pode melhorar muito o quadro, minimizando o dano hepático e o risco de fibrose. Medicamentos para ajudar na melhora da resistência à insulina podem ser utilizados e percebem-se resultados satisfatórios após 2-4 meses de uso, impedindo a evolução para quadros clínicos mais graves como a cirrose.

 Esteja atento à medida da circunferência abdominal, que não deve ultrapassar 88 cm nas mulheres e 102 cm nos homens.

 Procure manter o peso dentro dos padrões ideais para sua altura e idade.

 Beba com moderação e esporadicamente.

 Restrinja o consumo de carboidratos refinados, os de alta carga glicêmica e as gorduras saturadas. Substitua esses alimentos por azeite de oliva, peixes, frutas e verduras.

 Pratique atividade física regular.

 Procure um médico para fazer seus exames periódicos de sangue e de imagem.

Boa semana e boa saúde!

Por Raquel Camargo

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