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As vitrines e manequins da grife italiana Max Mara trazem composições reais e inteligentes. (crédito: Think Retail)
As vitrines e manequins da grife italiana Max Mara trazem composições reais e inteligentes. (crédito: Think Retail)| Foto:

Não foram poucas as vezes que li, em livros de consultoria de estilo e revistas, o quão negativo é sair “parecendo manequim de loja”. A afirmação sempre vem acompanhada de dicas sobre estilo pessoal, e sobre como é mais interessante vestir-se com personalidade ao invés de mergulhar em tendências.

Com o passar dos anos, concluí que a frase certamente foi escrita por alguém que ainda não teve contato com um bom manequim de loja. Compreensível. Visto que mais de 90% dos manequins de loja são ruins. E não, não é uma “questão de gosto”.

Produzir e avaliar um manequim de loja exige informação e técnica: coerência com a identidade e público, com o tempo lá fora, com as tendências da estação, cartela de cores, ocasião, coordenação de materiais e coordenação dos manequins entre si (quando mais de um) são apenas alguns dos fatores que fazem uma vitrine funcionar ou não.

As vitrines e manequins da grife italiana Max Mara trazem composições reais e inteligentes. (crédito: Think Retail)

Com tantas “modas” espalhadas por aí, boas vitrines não preocupam-se apenas com a exposição de tendências. Consequentemente, não criam visuais que resumem-se a um amontoado delas. Para posicionar uma marca e fazer frente aos concorrentes, muitas vezes com produtos esteticamente similares, o look do manequim precisa trazer algo a mais: a função do styling é prestar uma consultoria de moda silenciosa à cliente, sugerindo e explorando novas formas de uso; e sua consequência é que, sim, a cliente deseje reproduzir o que viu na vitrine em seu dia a dia (e, do ponto de vista comercial, compre o visual inteiro).

Mesmo sem notar, consumidores de moda escolhem e preferem marcas que mostram imagens que podem vesti-lo de verdade, combinações de peças com as quais ele se identifica e que o inspiram até mesmo a repaginar algo que já tem no armário. Do outro lado, empresários e gestores do varejo de moda devem preocupar-se em oferecer exposições que façam seus clientes contrariarem a máxima que abre esse texto.

Esqueça as vitrines com cartelas de cores limitadas e com aquela mesma estampa na saia de uma e no vestido de outra. Quando não for possível contar com um profissional especializado para editar os visuais da vitrine, reserve um tempo para estudar, planejar e executar com carinho cada um dos manequins. A próxima vez que eu passar por aí, quero sentir vontade de sair parecendo o manequim da sua loja.

• Falando nisso… Nos dias 03 e 10 de junho ministro um curso de extensão em Visual Merchandising na Universidade Tuiuti do Paraná.  Em dois sábados, vou dividir minhas experiências no mercado de Moda, de pequena empresa à grandes redes de varejo, e abordar técnicas e processos de visual merchandising que podem ser aplicados a diferentes modelos de empresa de Moda (do ateliê às lojas de shopping). O curso é aberto não alunos da instituição e as inscrições são realizadas através desse link. Espero vocês lá!

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