Os sabores do Peru vão muito além do ceviche

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A cozinha peruana traz um segredo em cada prato. São tantos itens, tantos detalhes, que as sensações gustativas são sempre recompensadoras. Curitiba tem uma referência na cozinha peruana, o Do Peruano, que o chef Fernando Matsushita conduz com tanto carinho (escrevi tempos atrás sobre a casa), sempre a renovar as ideias e os pratos.

Há outros por perto, como o Quina do Chef, de Campina Grande do Sul – que chegou a ter uma unidade na vila gastronômica Ca’Dore, mas já fechou -, que sempre vale a visita.

File mignon anticuchero – tournedo de filé mignon coberto de molho anticuchero, preparado com ají panca, acompanhado de purê de queijo parmesão e batata-salsa e decorado com massa crocante. No cardápio do QCeviche. (Foto/ Divulgação)

Isidoro Troyes, chef limenho que comanda o QCeviche. (Foto/ Divulgação)

Mas a cidade ganhou mais uma interessante opção no fim do ano passado. Localizado no Novotel Curitiba Batel, o restaurante QCeviche também apresenta um bom foco na gastronomia peruana e entra para o rol das boas opções da cidade. O chef é limenho, Isidoro Troyes, responsável por criar um cardápio que permite viajar por aquele país, conforme a escolha do prato – claro que o nível de picância é adaptado ao paladar do brasileiro. Uma experiência gratificante.

O ceviche, é evidente, é a principal recomendação para começar. Não é à toa que dá nome ao restaurante. E ali são duas opções, o Ceviche de pescado (cubos de peixe branco, marinado com limão e leite de tigre e servido com batata-doce e milho verde – R$ 39) e o Ceviche vegetariano (de cogumelo champignon, manga e abacate, marinado com limão e leite de coco – R$ 28) e que agrada também aos não

Tiradito de salmão Nikkei – iscas de salmão temperadas com limão, óleo de gergelim, com milho verde e batata-doce. (Foto/ Anacreon de Téos)

vegetarianos. De entrada há ainda o Tiradito de salmão Nikkei (iscas de salmão temperadas com limão, óleo de gergelim, com milho verde e batata-doce – R$ 36), que é uma delícia, e outro prato bem típico, que aos poucos vai sendo conhecido por aqui, as causas (pronuncia-se cauças), que tem por base a batata. No caso, um Trio de causas (purê de batata com abacate ao molho de pimenta verde peruana, vermelha e amarela, em três sabores: frango desfiado, filé mignon e pescado, decoradas com ovos de codorna e azeitonas pretas – R$ 25).

Ceviche vegetariano… (Foto/ Divulgação)

Há ainda saladas e sopas antes da oferta do prato principal. Saladas, são duas: Salada de quinoa (quinoa cozida, frango grelhado, abacate, cebola roxa, tomate e pepino, tudo marinado em azeite de oliva e limão, servidos com molho de pimentões – R$ 22) e Salada crocante (mix de folhas verdes, tomate-cereja, cenoura, rabanete, servido com costela BBQ, nachos, croutons e queijo cheddar – R$ 25). Sopas, também duas: Sopa criolla (tradicional da costa peruana, feita com cubos de carne bovina, cebola, tomate e pimenta dos andes e, para finalizar, macarrão cabelo de anjo e ovo pochê – R$ 20) e Sopa de pollo (mais light, feita com tiras de frango cozido, batata, cenoura, abobrinha e também macarrão cabelo de anjo – R$ 18).

Os pratos principais podem ser divididos em pescados, carnes e massa/risoto. A massa é um Fetuccine huancaino com lomo saltado (massa grano duro “al dente”, com molho de aji, a pimenta amarela peruana, queijo e bolacha de sal, servida com lomo saltado de filé mignon – R$ 45). E tem o Risoto peruano (cremoso risoto ao coentro, servido com uma porção de camarões flambados com pisco, azeite de oliva e vinho branco – R$ 60).

Arroz aji panca com frutos do mar. (Foto/ Anacreon de Téos)

Vamos aos pescados. Começando pelo Salmão grelhado (filé de salmão ao molho teriyaki, servido sobre patacones de bananas-da-terra e decorado com broto de alfafa e chicharrón de pele de salmão – R$ 52) – chicharrón pode ser traduzido como torresmo. Os outros dois são Pescado a lo macho (prato típico peruano, composto por um suculento peixe empanado, servido com um molho de frutos do mar e batata cozida – R$ 58) e Arroz aji panca com frutos do mar (prato originário da costa peruana, feito com arroz e temperos locais, mix de frutos do mar e servido com salada de cebola roxa).

Finalmente as carnes, com quatro sugestões. O Arroz chaufa (com influência oriental, preparado com arroz frito e vegetais, cortes de carne ou frango, cubos de omelete, salteado,

O ceviche clássico. (Foto/ Divulgação)

com molho shoyu e óleo de gergelim – R$ 30) é muito bem servido e tem o arroz como base. Assim como o feijão, que marca o Tacu tacu a lo pobre (mix de feijão e arroz, temperado com cebola e alho, crocante por fora e macio por dentro, servido com filé mignon, ovo frito e banana-da-terra – R$ 42). E o mignon estrela também outros dois, o Lomo saltado (cubos de filé mignon salteados com cebola roxa, tomates frescos, pimentão amarelo e servido com arroz branco e batata rústica – R$ 42) e File mignon anticuchero (um tournedo de filé mignon coberto de molho anticuchero, preparado com ají panca, acompanhado de purê de queijo parmesão e batata-salsa e decorado com massa crocante – R$ 45).

De sobremesa, a escolher entre Torta três leches de café, Suspiro limeño, Pudin de quinoa e Festival peruano – com preços variando entre R$ 15 e R$ 22.

Cardápio internacional

Pisco sour, irrepreensível. (Foto/ Anacreon de Téos)

Como se trata de um restaurante de hotel, são oferecidas variações gastronômicas mais tradicionais, da cozinha internacional, que vão desde o Filé à parmegiana ao Fettuccine ao pesto. Há também sanduíches, sobremesas e menu para crianças.

Mas o que chamou a atenção neste menu foi um prato com raízes bem brasileiras, o Peixe ao tucupi, que apresenta o filé de peixe na chapa, com molho tucupi e alcaparras, servido com batata calabresa, aspargos e tomate-cereja na manteiga, ainda acompanhado de mandioca em pó e decorado com brotos de rúcula – R$ 50. Fiquei curioso. Este eu volto lá para experimentar.

O QCeviche também oferece boas opções de cervejas artesanais, drinques clássicos e autorais, um gin bar (com coquetéis à base de gim), destilados e uma curta e interessante carta de vinhos.

Roberto Santos, o simpático e talentoso bartender. (Foto/ Anacreon de Téos)

Roberto Santos, o bartender, é uma simpatia e entende profundamente do ofício, com paciência para explicar todos os itens e os sabores dos drinques que prepara.

É possível, portanto, perceber que nem só de ceviche se apresenta a cozinha peruana e que merece uma exploração mais a fundo. E ali é um lugar perfeito pra isso.

E com uma vantagem: por ser restaurante de hotel está permanentemente aberto (com algumas restrições de pratos na madrugada). Quer dizer que neste Carnaval, dá para escolher qualquer dia para ir.

Trio de causas, entrada com batatas e molhos variados. (Foto/ Divulgação)

QCeviche – Novotel Curitiba Batel

Rua Doutor Pedrosa, 288 – Centro.

Fone: (41) 3197-2750

Estacionamento terceirizado anexo ao hotel

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