Premiadíssimo em São Paulo, Extásia abre as portas em Curitiba

Salmão oriental (com quinoa, frutas secas e castanhas), uma das atrações do cardápio asiático do Extásia Curitiba. (Fotos/ Divulgação)| Foto:

A fachada do Extásia, que vinha funcionando em soft open e agora está oficialmente aberto.

Já tinha escrito alguma coisa lá no início de novembro. Dizia como seria aproveitado o espaço deixado pela ida do Olivença Cozinha Ibéria para a Mercadoteca e que a ideia seria a de abrir uma versão curitibana do Extásia, grande sucesso em São Paulo na linha da cozinha japonesa e do sudeste asiático (confira a publicação aqui).

Só não deu certo a confirmação da data de inauguração para dezembro – lidar com obras tem sempre essa variável obrigatória de tempo. Pois agora já não há mais obstáculos e o Extásia já vinha funcionando em soft open nesta semana que ora se finda. E aí, por consequência, abre oficialmente as portas para o grande público, oferecendo a Curitiba um novo e desejado endereço para a gastronomia contemporânea.

Chef Flávio Miyamura, com sua brigada do Extásia. Logo atrás dele, de lenço de bolinhas brancas, Rafael Pires, o sous chef.

A gastronomia é assinada pelo premiado chef Flávio Miyamura, inspirado em uma fusão da cozinha japonesa com outros países asiáticos e que já vinha mexendo em alguma coisa do menu do C La Vie – restaurante do grupo Vino! -, incluindo deliciosos pratos no raw bar desde 2017 (confira a postagem aqui). Em menos de um ano, o Extásia de São Paulo conquistou a crítica e público, se destacando no mercado mais competitivo do país. Inaugurado no começo de 2018, já foi eleito entre as “Melhores Estreias Gastronômicas” do ano pelo prêmio Paladar, do jornal Estado de São Paulo. Pratos para compartilhar, muita criatividade e busca por um sabor que envolva: estes foram alguns dos destaques nas criações do chef que consagraram em pouco tempo o restaurante.

O Extásia Curitiba é a mais nova iniciativa do restaurateur Raphael Zanette, conhecido pelas casas do Grupo Vino!. Nesse caso, do Extásia, a sociedade é outra, com Luiz Felipe Cunha e Valdecir Velozio, formando uma segunda rede gastronômica integrada por Zanette, o Grupo Bacobuquê, com três casas em São Paulo e agora essa primeira em Curitiba.

Saboroso giro pelo sudeste asiático

Atum em crosta de gergelim, com cogumelos e palmito pupunha salteados com molho de mel.

O chef Flávio Miyamura é um dos poucos brasileiros citados pelo Guia Michelin. Já foi eleito” “chef revelação” em prêmios das revistas Veja e Prazeres da Mesa, Chef do ano pela revista Menu e ganhou prêmio de Melhor Cozinha pelo Guia Quatro Rodas, entre outras premiações. No Extásia (união das palavras “êxtase” e “Ásia”), cria uma gastronomia asiática contemporânea, que também abrange outros continentes.

Tartare de vieiras, com leite de coco, hortelã e castanha-do-pará.

Tostada de milho, com atum marinado, maionese de wasabi e salada de algas.

Pad Thai.

Até pelo que já se conhece do trabalho do chef no C La Vie, os pratos do Raw Bar teriam de estar na linha de frente do menu, ideias para petiscar ou mesmo como entrada. O Tartare de atum é apresentado com melancia, alga nori e arroz selvagem crocante (R$ 48). Já o Tartare de vieiras tem leite de coco, hortelã e castanha-do-pará (R$ 49), enquanto a Tostada de milho leva atum marinado, maionese de wasabi e salada de algas (R$ 48). Quem busca prato para compartilhar, tem o Dumpling de camarão com chutney de manga (R$ 39). O dumpling é um bolinho de massa recheada, semelhante às guiozas.

E aí a viagem pelos países orientais pode começar. O Arroz de pato com kimchi (condimentos à base de hortaliças em salmoura, típico da Coreia) com chorizo espanhol (salsicha suína) sai a R$ 65. Popular na Tailândia e já com sucesso aqui no Brasil, o Pad Thai, com base de macarrão frito e vegetais, aqui leva camarões, lulas e polvo, a R$ 59.

Entre os sabores do mar, o Atum em crosta de gergelim leva ainda cogumelos e palmito pupunha salteados com molho de mel (R$ 78). Este prato é uma exclusividade do Extásia Curitiba, para marcar a inauguração da nova casa – ainda não chegou na matriz em São Paulo. Tem também um Salmão oriental (com quinoa, frutas secas e castanhas, a R$ 78) e o Pargo cozido, que é servido em cama de sal e alecrim, com purê de mandioquinha e vinagrete de shisô – aquela folha de origem oriental, que pode ser verde ou escura e que é muito saborosa, como se fosse o jambu deles – (R$ 74).

Agora, as carnes. Duas delas, pelo menos. A Barriga de porco com mel tem especiarias, arroz de jasmim e “gochujang”, condimento coreano com pimenta, soja e sal (R$ 59). O Cordeiro é marinado no missô, pasta proveniente da fermentação de arroz, cevada e soja, levando ainda coalhada seca, coentro e arroz de jasmim (R$ 74).

A equipe liderada por Miyamura conta com Rafael Pires como sous-chef – e que será o responsável pela cozinha na ausência do titular, que vai estabelecer o restaurante aqui e depois se alternar permanentemente entre as duas casas. Pires tem história com os restaurantes fundados por Zanette, pois atuava ao lado do chef Gilberto Prado no Olivença Cozinha Ibérica.

No bar, outra estrela: Cris Almorin , que até dias atrás estava brilhando no Punch, Drink & Co, depois de ter passado pelo +55 e, lá atrás, pelo balcão do extinto (com viúvas até hoje) Zea Maïs. É dele a responsabilidade da carta de drinques, para pôr em prova toda sua criatividade.

Tudo certo, arrumadinho, caprichado, para premiar o comensal curitibano. A experiência com o Extásia será, certamente, marcante, para os apreciadores da boa comida e dos tantos e tantos caminhos e atalhos da cozinha asiática.