• Carregando...
Pato assado, com arroz negro e molho de ervas - a volta do pato ao cardápio do Mukeka. (Fotos/ Priscilla Fiedler)
Pato assado, com arroz negro e molho de ervas - a volta do pato ao cardápio do Mukeka. (Fotos/ Priscilla Fiedler)| Foto:

Ceviche de carne de sol , novidade que tem tudo para ser um dos novos sucessos do restaurante Mukeka.

Não dá para dizer que é uma guinada, mas que o chef Ivan Lopes deu uma boa mexida no cardápio do Mukeka, isso deu. Depois de quatro anos de sucesso, tendo como linha básica os temperos e cozinha brasileiros, o menu ganha agora algumas pequenas, discretas e incisivas pitadas pessoais do chef, um dos mais talentosos cozinheiros que conheço a cozinhar por estas nossas plagas.

No primeiro semestre Ivan Lopes deu um giro pela Península Ibérica, estagiando em alguns restaurantes de Portugal e Espanha e agregando aos seus conhecimentos algumas técnicas e alguns ingredientes locais. Que hoje se integram às novidades que propõe aos clientes da casa.

Tudo muito controlado, sem mexer com a fórmula consagrada. Claro que as opções de moqueca continuam intactas, pois são o carro-chefe do restaurante, por mais que não fosse essa a intenção quando da abertura da casa (confira aqui o post que fiz quando da inauguração, há quatro anos).  E boa parte dos demais itens, como os imexíveis (tal qual diria aquele ex-ministro) Dadinhos de tapioca, que Lopes lançou em Curitiba após experimentá-los e aprová-los no Mocotó, em São Paulo – claro que com a anuência e a permissão do chef Rodrigo Oliveira.

Os novos sabores

Espeto de polvo, servido com batata doce e geleia de pimenta.

Houve mudanças em todos os estágios do cardápio. E mudanças desafiadoras, provocantes, ao melhor estilo de Ivan Lopes – que resolveu pôr as manguinhas de fora. Tem, por exemplo, um Ceviche de carne de sol (R$ 33), que certamente dará o que falar. Ceviche, sim, embora os latinos defendam que só possa ser feito com pescados. O chef defende que a denominação se deve ao processo e é assim que ele é apresentado. Seria quase um escabeche, a partir da carne de sol de posta branca, feita na casa. A carne de sol passa por processo cura, é cozida e depois desfiada. À mesa, chega com tomate, coentro, mostarda ancienne, limão, raspa da casca de limão, cebolinha, azeite, pimenta dedo-de-moça e cebola roxa laminada bem fina.

Outra entrada que chama a atenção é a Língua defumada com purê de batata e picles de cebola roxa (R$ 22). Mas ainda tem a Costelinha de porco com barbecue de goiaba cascão (R$ 29), o Espeto de polvo servido com batata doce e geleia de pimenta (R$ 34) e a Brandade de bacalhau com pil pil e chips de bacon (R$ 35). E aí já aparece uma clara influência da passagem pela Espanha. O molho pil pil (por favor, gente, não é piu piu, que é canto de passarinho) é praticamente uma assinatura basca e foi lá que Ivan Lopes aprendeu a fazê-lo. Basicamente feito com bacalhau, azeite, alho e pimenta malagueta (por lá, guindilla), ganha o nome por causa do movimento giratório que se realiza na caçarola enquanto o molho de azeite se emulsiona com as proteínas do bacalhau. O colágeno liberado dá consistência e o resultado final é muito bom.

Ah, sim, ainda entre as entradas há uma nova alternativa de salada, a Salada da casa (folhas, gaspacho de melancia, queijo de cabra, castanha de caju caramelizada e figo) que pode ser acompanhada por frango (R$ 29), peixe do dia (R$ 32), filé mignon (R$ 43) ou camarão (R$ 46).

Lombo de bacalhau confitado, servido com grão de bico, ovo pochê e molho pil pil.

O molho pil pil está de volta nos pratos principais. Chega no Lombo de bacalhau confitado, servido com grão de bico, ovo pochê e molho pil pil (R$ 89), que reforça a ideia de incluir o bacalhau no cardápio, o que não existia antes. E há, também, uma experiência com o bacalhau fresco. Ou quase isso, com o primo dele, o Black cod – ou peixe-carvão do Pacífico -, que, por incrível que pareça, está sendo criado em uma fazenda do interior de São Paulo. Então tem o Black cod com pupunha, cogumelos e molho de ervas (R$ 72).

E ainda há outra execução de polvo, além do que a entrada já proporciona, o Polvo grelhado na manteiga de cachaça, servido com pupunha, banana-da-terra, quiabo e vinagre de tomate-cereja (R$ 75).

Paleta suína com batatas, brócolis, alho confitado e molho do assado.

Entre as carnes, entram o Lombo de cordeiro com pesto de ervilha, quinoa orgânica e batata chips (R$ 68), a Paleta suína com batatas, brócolis, alho confitado e molho do assado (R$ 49), o Filé mignon grelhado, servido com risoto de cogumelos e tomate confitado (R$ 63) e um retorno auspicioso ao menu, o pato. Fez sucesso em 2016, num Pato assado com risoto de pequi (lembro de ter me entusiasmado pelo prato) e agora chega como Pato assado, com arroz negro e molho de ervas (R$ 64).

Para compartilhar, como ocorre com as moquecas (peixe, camarão e mista), entram outros pratos maiores, para serem servidos a pessoas com paladares semelhantes. São a Bisteca bovina servida com salada de rúcula, espaguete de pupunha, farofa de feijão e batata rústica (R$ 118) – que é o corte da Bistecca ala fiorentina, que só não pode ser chamado assim para não quebrar o sotaque brasileiro do restaurante – e o Tambaqui na brasa servido com vinagrete de feijão fradinho e mandioca frita (R$ 116) – meio peixe espalmado. Todos os pratos para duas pessoas são acompanhados por arroz branco, farofa da casa e pirão à vontade.

Lombo de cordeiro com pesto de ervilha, quinoa orgânica e batata chips.

Espaço kids, executivo, feijoada e Menu-confiança

Outra novidade do Mukeka renovado é o Espaço Kids, situado onde costumeiramente a casa destinava espaço para eventos. Para permitir sossego aos pais durante as refeições, há orientadores que entretêm as crianças com jogos e outros brinquedos, amenizando aquela ansiedade infantil que invariavelmente força aos adultos uma saída mais rápida da mesa.

Além das novidades anunciadas no cardápio à la carte, o Mukeka continua oferecendo seu cardápio de almoço executivo. O menu conta, por exemplo, com Vaca atolada, servida com arroz e bacon crocante (R$ 29,90), Nhoque de batata com molho de cogumelo e queijo de cabra (R$32,90), Baião de dois com ovo frito (R$ 33,90) e o consagrado e tradicional Filé à Oswaldo Aranha – um clássico da cozinha carioca – servido com arroz, batata chips, farofa de ovos e molho de salsa (R$ 32,90).

Para quem não abre mão da feijoada, a casa passa a oferecer o preparo completo nas quartas e sábado.

Além disso tudo, o chef Ivan Lopes oferece também a oportunidade de o cliente ser surpreendido por uma sequência de pratos de acordo com a inspiração do cozinheiro. É o Menu-confiança, que pode variar entre quatro a sete pratos, de entrada, pescados, carnes, até a sobremesa, conforme o que estiver disponível na câmara fria do restaurante. É o toque da surpresa, do inusitado, da expectativa do paladar, que tanto agrada aos apreciadores da boa comida. Pode ser servido em qualquer noite,

O Mukeka funciona durante o almoço, de segunda a sexta, das 11h30 às 14h30, e aos sábados e domingos, das 12h às 16h. Durante o jantar, de terça a sábado, das 19h às 23h.

Costelinha de porco com barbecue de goiaba cascão .

Brandade de bacalhau com pil pil e chips de bacon.

Mukeka Cozinha Brasileira

Rua Machado de Assis, 417 – Juvevê

Fone:(41) 3156-3028

=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=

Entre em contato com o blog:

Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/

Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos

E-mail: a-teos@uol.com.br

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]