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Barriga de porco cozida lentamente à vácuo, acompanhada de chucrute roxo, batata-doce frita, em cubinhos e molho de goiabada. (Fotos/ Anacreon de Téos)
Barriga de porco cozida lentamente à vácuo, acompanhada de chucrute roxo, batata-doce frita, em cubinhos e molho de goiabada. (Fotos/ Anacreon de Téos)| Foto:

O Q Restô/Bar foi inaugurado dias atrás, na Avenida do Batel. (Foto/ Divulgação)

Bistrô que é bistrot mesmo. Lembro-me de ter escrito assim a respeito do Quaranta Bistrô, que funcionava ali na Avenida do Batel. Foi há três anos, quando tive a oportunidade de conhecer o trabalho do jovem chef Adriano Quaranta. Comida agradável, local aprazível e uma gama de sabores que representava muito bem a formação clássica que teve – concluiu o curso Grand Diplôme de Cuisine et de Pâtisserie na escola Le Cordon Bleu de Paris e trabalhou em renomados restaurantes da França -, mas com algumas variações da cozinha contemporânea que só a inspiração e o talento conseguem produzir.

Adriano Quaranta voltou para o mesmo endereço, mas com outra proposta, sem perder o pique de bom cozinheiro.

Infelizmente o Quaranta durou pouco, pois Adriano tinha um foco internacional e decidiu partir para o desafio. Mas eis que, de repente, ele começa a dar pistas de volta. A primeira delas foi, no ano passado, aceitar o convite para cozinhar na primeira edição do Terça +55 Gastro Night. Quer dizer: estava por aqui de volta, cheio de planos, inclusive de abrir novamente um local seu, para poder tomar conta da cozinha.

De lá em diante tratou de desenvolver seu projeto, que, com o apoio de dois sócios, passou da teoria à prática no início do mês. E, não por coincidência, no mesmo local onde funcionava antigamente o bistrô. Só que os conceitos de agora são diferentes, o formato é outro. E o nome, também. Q Restô/Bar, é como se chama, não mais com aquele clima intimista de bistrô, mas, sim, jogando mais pra cima, mais jovem, mais descolado, tanto quanto os jovens e descolados que ali frequentam. A pequena reforma interna também proporcionou a abertura de um balcão de bar, de onde saem mixes, drinques e coquetéis bem criativos.

Tapas de polvo, entrada servida na frigideira.

Mas se a atmosfera agora é outra, a qualidade dos pratos, as nuanças dos sabores e a combinação de texturas mantêm o nível, lá em cima. Pude provar alguns, quase que em menu-degustação. Bem interessante são as Tapas de polvo (R$ 28) – polvo picado puxado no azeite e molho sugo, acompanhado de torradas. Boa dica de entrada, tanto quanto o intrigante

Aspargos e camarão – salada quente com um ovo perfeito.

Aspargos e camarão (R$ 39), que não estava no cardápio, mas o garçom lembrou de me sugerir. Era uma salada quente de aspargos, camarões e shiitake feitos à provençal, acompanhados de um ovo perfeito, cuja gema se esparramava assim que tocada, invadindo os outros elementos do prato. Perfeito.

Mas estas são apenas duas das entradas e o menu oferece, algumas delas bem tradicionais, como Steak tartar (R$ 42) e o Old school carpaccio (R$ 35), além de outra que já me deixou cheio de vontades para a próxima vez: Bone marrow (R$ 20), o tutano de osso bovino servido com duxelle de champignons e acompanhado de torradas. Entre outras opções, claro.

De prato principal, a escolha recaiu em dois dos meus favoritos: o tamboril e a barriga de porco. Quem me acompanha aqui nesse espaço sabe da veneração que tenho pelo peixe-sapo e então a pedida foi ao natural. Tamboril (R$ 42) é o nome do prato e se trata de um filé do próprio, puxado na manteiga, camarão pistola selado, acompanhado de mini ratattouille e bisque de camarão. O filé é cortado em duas partes, os camarões ficam no meio, e por cima vem a bisque em forma de espuma. E tudo amalgamado traz um resultado irrepreensível.

Mas a Barriga de porco (R$ 38) é insuperável. São duas peças, somando 300g de barriga de porco cozida lentamente à vácuo, acompanhadas de chucrute roxo, batata-doce frita, em cubinhos e um surpreendente molho de goiabada, propondo a combinação agridoce que a carne suína sabe harmonizar.

Mas, como nas entradas, há mais, muito mais. Entre outros itens do cardápio, Papillote de salmão, Tentáculos de polvo, Hambúrguer, Mignon, Prime Rib, Stinco de cordeiro, Peito de pato, risotos e fettuccine.

As sobremesas são quatro: Souffle de nutella, Crème brûlée, Bichieri dolce e Profiteroles.

Há petiscos também, pois a proposta do local é focar nos drinques e combinar com boa comida. Como há uma carta de vinhos razoável (em quantidade), dá, também, para propor uma harmonização com os pratos concebidos por Adriano Quaranta.

E nessas horas, na fusão de sabores entre os pratos e as taças, o prazer do bem comer é tal, que até os mais conservadores absorvem o som um pouco mais alto, que igualmente puxa as conversas para cima.

Os pratos e utensílios são outros itens chamativos. A comida chega à mesa em recipientes nada tradicionais, como embalagens de quentinhas, marmitas, pratos retorcidos, frigideiras e o que mais a imaginação consegue incluir.

Come-se bem, bebe-se bem, pra sair do Q muito feliz.

A casa funciona de terça a sábado, das 19h à meia noite. Tem estacionamento conveniado ao lado, no Hotel Transamérica, com as primeiras duas horas grátis para os clientes.

Tamboril, com o filé puxado na manteiga, camarão pistola selado, acompanhado de mini ratattouille e bisque de camarão.

Q Restô/Bar

Avenida do Batel, 1700 – Batel

Fone: (41) 3387-5085

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