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Cinco dos 28 investidores que fazem parte do time da hi.capital: André Boaventura, sócio e diretor de marketing do EBANX; Antonio Maganhotte, CEO da Tecnofit; Mariana Foresti, sócia-diretora da hi.capital; Beto Justus, sócio fundador e diretor da Tecverde; Leonardo Jianoti, CEO da CWB Capital. Foto: Lucas Carvalho/Ebanx
Cinco dos 28 investidores que fazem parte do time da hi.capital: André Boaventura, sócio e diretor de marketing do EBANX; Antonio Maganhotte, CEO da Tecnofit; Mariana Foresti, sócia-diretora da hi.capital; Beto Justus, sócio fundador e diretor da Tecverde; Leonardo Jianoti, CEO da CWB Capital. Foto: Lucas Carvalho/Ebanx | Foto:

Com a experiência de quem já sentiu na pele a dificuldade que é tirar um negócio do papel e fazê-lo prosperar, por melhor que seja a ideia, um grupo de empreendedores locais está lançando um novo player de investimentos com R$ 6 milhões em recursos para investir em startups de Curitiba e região, preferencialmente.

O plano é investir em 10 startups nos próximos dois anos, com aportes que variam de R$ 300 mil a R$ 700 mil. De acordo com Mariana Foresti, sócia-diretora da hi.capital, o foco dos investimentos são empresas de tecnologia em fase inicial e potencial de ganhar escala que façam parte, principalmente, de quatro áreas de maior aderência e expertise dos investidores: fintechs, modelos SaaS, e-commerces e marketplaces.

Esta será, na verdade, a segunda rodada de investimentos da hi.capital, o novo veículo de investimento, como tem sido chamado, já quem ainda não tem a estrutura de um fundo de venture capital regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A primeira rodada aconteceu em 2015, de forma embrionária, quando os fundadores da fintech curitibana Ebanx investiram na startup curitibana Phone Track. De lá pra cá, eles realizaram mais cinco investimentos conjuntos em startups de tecnologia – três de Curitiba, uma de Joinville e uma de São Paulo. Juntas, as seis startups reúnem um portfólio de R$ 35 milhões e 200 funcionários só nos últimos 12 meses.

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Nesta segunda rodada, a hi.capital busca startups que estão no chamado early stage (estágios iniciais). Isso significa que a empresa já precisa ter uma tecnologia desenvolvida e um produto validado no mercado, além de uma carteira de clientes estabelecida. A ideia, segundo Mariana, é ajudar a empresa a passar de fase e escalar o negócio em um período de cerca de oito anos, dois de investimento e seis de desinvestimento, quando a hi.capital II poderá aumentar ou vender a sua participação nessas empresas.

Além dos pré-requisitos do negócio, os investidores olham muito para o time de empreendedores. O ideal é que ele seja complementar, com profissionais de áreas distintas, com alguma experiência naquele mercado em que está atuando e que tenha sinergia, “porque sabemos que nesta fase o mais importante é o time, já que o negócio vai mudar várias vezes”, diz Mariana, que entrou em agosto do ano passado para fazer a captação do dinheiro, selecionar as empresas e apurar o olhar sobre o portfólio de empresas da hi.capital.

A seleção das empresas investidas ocorre tanto por meio de indicações da rede de investidores quanto por busca ativa no ecossistema de startups da cidade. Depois do primeiro filtro, os nomes são levados para os investidores e, por fim, para o conselho. A ideia é que o processo de seleção seja rápido.

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No processo de escolha, Mariana diz que há uma preferência por startups de Curitiba e região, que concentra um ecossistema de empreendedorismo e inovação bastante rico, mas não descarta boas oportunidades na região Sul. Em geral, segundo ela, esses estágios iniciais de investimento acabam sendo muito regionais, ou seja, os investidores buscam empresas que estão mais próximas. “Em Santa Catarina, por exemplo, existem fundos de investimento que ficam baseados lá”.

Lá em 2015, os fundadores do EBANX viram um potencial de investimento em empresas de tecnologia da cidade, além do gap no mercado de investimento early stage, especialmente fora do eixo Rio-São Paulo. Agora, na segunda rodada, o objetivo é profissionalizar os investimentos e melhorar a gestão de portfólio, trazendo mais gente qualificada para ajudar na seleção e desenvolvimento do negócio.

Mentoria e capital: o time de investidores cresceu

O que começou como uma iniciativa dos fundadores do Ebanx, reúne hoje, no hi.capital II, 28 investidores entre empreendedores, executivos e investidores profissionais. Entre os investidores desta nova rodada estão nomes como Maria Teresa Fornea, cofundadora e CEO da Bcredi; Caio Bonatto, Lucas Maceno e Beto Justus, fundadores da Tecverde, scaleup de tecnologia para construção civil; Ricardo Cipullo, ex-CEO da Brose e conselheiro profissional; e Leonardo Jianoti, CEO da CWB Capital. Sete dos 28 fazem parte do conselho da hi. capital II.

Todos os investidores estão envolvidos de alguma forma, não apenas aportando recursos. Cada empresa investida, por exemplo, terá um investidor padrinho para acompanhar a evolução do negócio. Quem já passou pelo processo sabe que a mentoria faz toda a diferença.

A trajetória da curitibana Tecnofit, que produz soluções de gestão para o universo fitness, por exemplo, seria outra se os donos do Ebanx não tivessem cruzado o caminho da startup lá em 2015, admite Anderson Cichon, cofundador e CTO da empresa. Depois de quase 10 anos mantendo o negócio como um projeto paralelo, a empresa dele recebeu foi selecionada e, além da mentoria, recebeu um aporte de R$ 500 mil da hi.capital I. Em três anos, o negócio mudou de patamar: hoje são quase dois mil clientes e 60 profissionais.

“O que eu considero é que a história da Tecnofit é marcada em antes e depois da entrada da hi.capital. Foram vários anos tentando escalar o negócio, tínhamos várias ideias que queríamos colocar em prática, mas faltava dinheiro para dar um salto maior e até conhecimento de mercado mesmo”.

Antes, Cichon diz que chegou a receber propostas interessados em investir no negócio, mas eram pessoas que estavam de olho apenas na rentabilidade. Ele recusou todas as investidas porque sentia faltava alguém que entendesse o mercado, com um olhar mais de futuro e amadurecimento do negócio. “Eles [hi.capital] sabiam o que faltava para o Tecnofit dar certo. Tem o olhar na lucratividade, claro, mas também há um interesse genuíno em fazer o negócio acontecer”, diz.

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