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Pedro Chaves, João Henrique Tosin e João Augusto Betenheuzer, fundadores da Celero, startup de gestão financeira para pequenas e médias empresas.
Pedro Chaves, João Henrique Tosin e João Augusto Betenheuzer, fundadores da Celero, startup de gestão financeira para pequenas e médias empresas.| Foto:

Toda startup já nasce sonhando ser grande, mas, por melhor que seja o produto, a expansão exige cautela para não colocar tudo a perder. Depois de receber um aporte milionário no final do ano passado da Harvard Angels, rede de ex-alunos brasileiros da Universidade de Harvard, a startup curitibana Celero, de gestão financeira para pequenas e médias empresas, resolveu desenhar uma estratégia para levar seus serviços mais longe, além das capitais onde atua.

Para chegar a cidades de menor porte onde outros concorrentes ainda não estão presentes, a Celero criou um modelo de parceria que recruta representantes da startup, o Celero Spot. Os interessados investem R$ 2.999 no primeiro ano, parcelados em até 10 vezes, para ajudar a vender o serviço da startup para outras empresas. Em contrapartida, recebem um porcentual mensal em cima da carteira de clientes que será formada. No primeiro ano do contrato do cliente, o “spot” recebe 10% do valor da mensalidade; no segundo ano 5%; e, do terceiro ano em diante, 2% de remuneração, considerando que o objetivo é fazer a base de clientes crescer.

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João Tosin, cofundador e CEO da Celero, explica que o valor é usado no treinamento, qualificação e certificação dos parceiros locais para vender o serviço da startup. A Celero também auxilia nas questões burocráticas para abertura de empresa, por exemplo. Fechada a parceria, o “spot” tem total autonomia para desenvolver uma estratégia de vendas e até mesmo montar uma equipe própria, caso ache necessário.

Atualmente são 24 spots em todo o Brasil, mas o objetivo é chegar a 100 até o final do primeiro trimestre deste ano, em média, um para cada 500 mil habitantes em cidades maiores. Ou seja, as pessoas que optarem por ter uma Celero Spot terão exclusividade de comercialização dos serviços da startup em sua região.

“Se levar em conta o nosso ticket médio, a pessoa consegue obter uma remuneração de R$ 8 mil em 10 meses. Lembrando que é apenas uma estimativa inicial. Por ora, estamos preocupados em fazer com que essas pessoas sejam parceiras de longa data da Celero”, diz Tosin.

A participação no ganho de cada cliente é válida enquanto durar o contrato. Além disso, o spot também tem ganho extra a partir de metas e desempenho. Segundo o CEO, é possível ter o retorno do seu investimento a partir de três clientes conquistados.

Celero atua em uma das principais “dores” das empresas

Na prática, a Celero ajuda empresas a pagarem suas contas. Parece algo simples, mas a falta de conhecimento da rotina financeira do negócio é uma das principais causas de mortalidade das empresas. Os empresários, especialmente os pequenos e médios, costumam misturar pessoa física e jurídica e não entendem corretamente os números do negócio.

Mais importante do que ajudar a ajudar a pagar as contas da empresa, botando ordem na papelada, a plataforma da Celero consegue dar todo o detalhamento de gestão financeira da companhia. O dono passa a saber de onde está vindo e para onde está indo cada centavo investido. Também passa a ter previsibilidade de caixa e sabe quanto precisa vender para pagar as contas, ou seja, dispõe de informações que permitem ter uma visão clara do negócio para traçar estratégias.

“Não deveria ser objetivo de empresa nenhuma estar aberta apenas para pagar as contas. É fundamental que a empresa queria crescer. Nosso propósito é ajudar as empresas a não falir”, diz Tosin. “Se o negócio ou o produto são ruins, fechar as portas é quase uma seleção natural do mercado. O que não pode é fechar a companhia por desconhecimento e má gestão financeira”, acrescenta ele.

Em três anos de funcionamento, a Celero garante que a sua plataforma consegue reduzir em quase 87% o tempo de horas gastas com gestão financeira nas empresas, de 75h/mês, para quem não utiliza o serviço, para 10h/mês, para quem usa a plataforma da Celero. Economia de tempo, neste caso, também é economia de dinheiro.

A Celero começou 2019 com 100 clientes e quer chegar a 800 até o final do ano. A Spot é uma das estratégias para atingir esse número, segundo Tosin. No radar da startup estão seis milhões de empresas prestadoras de serviços com faturamento entre R$ 150 mil e R$ 20 milhões por ano.

Criada em 2016 dentro da universidade, a Celero nasceu com a proposta de simplificar a rotina financeira das pequenas e médias empresas, abolindo a inserção manual de informações em diferentes sistemas. O empresário envia as contas que a empresa tem a pagar por foto, pelo aplicativo ou plataforma da startup. A Celero classifica, processa e envia os pagamentos para o banco; o empresário entra na conta apenas para autorizar o pagamento.

Além dos três sócios, João Augusto Betenheuzer, João Tosin e Pedro Chaves, a startup tem 40 funcionários. o dobro do que tinha no início deste ano.

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