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Com certeza você já se pegou horrorizado ao pensar na possibilidade de sobrevoar o “Triângulo das Bermudas”, aquela região no Caribe delimitada por Porto Rico, Bermudas e pela Flórida (EUA) onde, por décadas, foram registrados desaparecimentos de navios e quedas de aeronaves… Tudo misteriosamente. Seria a força magnética a responsável? Os ETs?

Um canal norte-americano resolveu o mistério. Ou melhor, disse que resolveu. Mas não se anime, pois, tão logo o canal anunciou tal “descoberta”, especialistas correram para desmentir — entre os próprios entrevistados pelaa emissora.

O programa “What on Earth?”, do Science Channel, veiculou um episódio no qual cientistas supostamente desvendavam a causa misteriosa para a queda de dezenas de aeronaves e desaparecimento de algumas outras dezenas de navios na região. Segundo o programa, espaços hexagonais entre nuvens, captadas por imagens de satélite, são a explicação. Estas formações destoam dos padrões normais das nuvens.

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Assim, segue o minidocumentário, estas formações se parecem com as encontradas ao norte do Reino Unido, onde ocorre um fenômeno que os especialistas chamam de “bombas de ar”: rajadas a mais de 100 km/h se formam na base das nuvens e chegam até o oceano, causando ondas gigantescas capazes de virar embarcações (mas não sem, no caminho até o solo, derrubar os pobres aviões que passam por ali).

Se no Mar do Norte é assim, no Caribe também é. Xeque-mate! Mistério resolvido.

Mas não é bem assim. Alguns dos cientistas entrevistados pelo programa desmentiram essa correlação. Kevin Corriveau, da Universidade do Arizona, disse ao Live Science que os espaços hexagonais entre-nuvens no “Triângulo das Bermudas” é diferente daqueles do Mar do Norte, ao contrário do que concluiu o Science Channel.

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Para ele, o clima diferente entre as duas regiões impossibilita as comparações. Além disso, os espaços são formados por razões diferentes nos dois casos. Na região das Bahamas, a causa provavelmente é um aquecimento causado pelas pequenas ilhas da região.

“A edição do programa foi horrenda”, cravou outro dos entrevistados, Randall Cervency, ao Washington Post. O diretor de meteorologia conta ao WaPo que, quando se referiu à “bomba de ar”, falava de um fenômeno que nem é tão raro e pode atuar em determinadas regiões, mas que não há evidência de que ocorra nas Bermudas.

“Eles [o canal] quiseram fazer parecer que eu tinha feito uma grande descoberta ou algo assim”, defendeu ao USA Today.

O fato é que, talvez, o mistério do “Triângulo das Bermudas” nem seja de fato um mistério, mas muito mais uma lenda urbana. Como o Serviço Oceânico Nacional dos Estados Unidos aponta há algumas décadas, “não há evidência de que os desaparecimentos [de navios e aviões] sejam mais frequentes na área do Triângulo das Bermudas do que em outras regiões do mundo”.

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“Se você pegar qualquer região do oceano altamente movimentada ou próxima a rota de portos, verá que, historicamente, há um alto número de navios desaparecidos”, disse ao National Post James Delgado, um profissional que explora os destroços de embarcações na região há 40 anos.

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