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“Os jogadores de Curitiba sempre foram referência”, avalia campeão mundial de poker

Por
Robson Martins
20/04/2017 20:29 - Atualizado: 27/09/2023 20:01
André Akkari em ação na Liga Curitibana. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo
André Akkari em ação na Liga Curitibana. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Na terça-feira (18) o Resenha do Poker teve a oportunidade de entrevistar o nome mais conhecido do poker brasileiro: André Akkari. Campeão mundial do evento 43 do WSOP em 2011, Akkari é um embaixador do jogo, sendo referência para iniciantes e mais experientes.

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Aproveitando que ele esteve presente na Liga Curitibana para o lançamento do MasterMinds, fizemos algumas perguntas. Segue abaixo a principal parte das respostas e desde já agradecemos a atenção do campeão.

Como você avalia o nível dos jogadores paranaenses profissionais?
(pergunta do leitor Rodrigo Discozi)

O poker no Brasil começou em 2003, 2004, no Rio de Janeiro, com o Cristian Kruel e o Raul Oliveira. De onde eu participei, de 2006 a 2014, quando eu vivi o jogo na maior plenitude, com jogos todos os dias, sempre Curitiba foi referência. Nunca vi um ano onde Curitiba não tivesse um nome que fosse de peso, que tivesse um respeito grande da comunidade do poker e que não fizesse, ou on-line ou ao vivo, um estrago gigantesco levando o nome do Brasil lá para fora. Não estou falando isso porque eu estou aqui para puxar o saco de ninguém. É a verdade.

O primeiro grande nome, talvez o maior, é o Alexandre Gomes. Ele foi campeão do WSOP e do WPT, teve mesa final do EPT e PCA, vários outros títulos, mas só estes que eu falei já são maiores do que qualquer outro jogador do Brasil, pelo menos por enquanto, teve. E é de Curitiba. Nesta época que o Alexandre Gomes estava arrebentando, o nome de Curitiba estava em megaexposição no Brasil inteiro. A gente sempre sabia que Curitiba era um celeiro de grandes caras.

LEIA MAIS: Curitibanos têm maiores premiações da história do poker no Brasil

Junto com essa bomba que veio com o Alexandre Gomes, vieram vários outros grandes caras. Veio o Yuri [Martins], o [Paulo] Santiga, o Andrey [Luis da Silva], o [Leandro] Amarula. Todos estes caras ganharam notoriedade no cenário brasileiro. Se você pegar todos os anos quem são os dez melhores jogadores do Brasil, sempre vai encontrar três ou quatro que são de Curitiba.

Até hoje Curitiba defende o posto de ter o cara do Brasil que mais ganhou no mundo inteiro, no somatório de premiação. É do cacete isso para Curitiba. Mostra que o mercado aqui é forte, que o estudo aqui é forte, que as pessoas se dedicam a estudar, se dedicam a aprender o jogo de um jeito diferente. Isso não significa que o Rio, Belo Horizonte ou São Paulo não façam isso. Mas é difícil você encontrar uma cidade tão menor que São Paulo em termos de mercado de poker e que consiga uma explosão tão grande assim. É porque tem diferencial mesmo.

Como você avalia o nível médio dos jogadores do Paraná?
(pergunta do leitor Rodrigo Discozi)

Quando você fala de pessoas no mercado geral ou dos caras que jogam por hobby, que viajam o Brasil inteiro em um BSOP, por exemplo, se eu te falar o nível eu acho que vou estar mentindo. Não tenho essa informação precisa para saber ou pelo menos não me lembro de caras que sejam de Curitiba e que sejam muito bons e não eram do cenário já reconhecidos ou muito ruins e que sejam de chamar a atenção. O que eu sei é que quando você pega pessoas de Curitiba, assim como de São Paulo, do Rio, ou de qualquer outra cidade do Brasil, que são jogadores de hobby, no geral no Brasil tem um nível mais baixo. Porque o hobby no Brasil não tem essa concepção de “hobby lucrativo”. As pessoas querem jogar de qualquer jeito, querem ver qualquer flop. Quando você vai para outros países, por exemplo, como a Alemanha, e pega caras de hobby, eles já têm um nível mais alto. Porque o debate técnico lá é tão alto que vaza. É que nem a gente com o futebol. Se eu discutir com um americano sobre futebol, ele vai achar que sou entendido, porque eu sei mais de futebol do que ele.

O que vai ganhar quem participar do MasterMinds de Curitiba?

Primeira coisa é um incentivo grande ao poker de Curitiba. É um evento de field gigantesco, uma movimentação de pessoas absurda, todo mundo brigando para ser campeão do MasterMinds. Quando a gente vai para outro lugar, ficamos preocupado. Será que vamos ter o mesmo alcance no número de pessoas? Acho que é um grande momento para Curitiba provar isso. Não só provar que tem caras no topo, mas que o esporte aqui foi difundido, foi divulgado o suficiente para trazer gente que bombe um evento desses. E aí outras pessoas que são empreendedoras deste mercado vão se interessar por Curitiba e é legal para o povo que joga aqui. Daqui a pouco um World Series pode estar aqui. O WSOP é concorrente do meu patrocinador (888 x Poker Stars) e ela vai para São Paulo porque sabe o potencial da cidade. Seria muito legal se fosse em Curitiba. O UFC esteve em Curitiba e bombou. O BSOP quando esteve em Curitiba [há cinco anos] bombou, era um field gigante. Curitiba tem mais uma vez a chance de mostrar o poder que tem em termos de poker.

Além disso, não é toda hora que se pode jogar um torneio com a estrutura do MasterMinds. Uma forma construída em termos de blinds, de stack inicial, no número de torneios diferentes que vão ter. Tem um apelo o MasterMinds que os outros eventos não têm, que é de trazer a parte educativa para o jogo. Ter debate com jogadores, conversas, palestras. Tudo isso não é natureza de eventos como BSOP, WSOP. Estes últimos é pau no gato, ir lá, ganhar e acabou. É mais uma chance que o curitibano tem de participar de um negócio diferente. Se pegar esse clima cool do MasterMinds, que a gente criou lá em São Paulo e é um puta sucesso até hoje, o maior beneficiado vai ser quem mora e Curitiba ou quem vier para cá para ver.

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