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A bolsa dos Estados Unidos teve ontem a maior queda em sete anos em termos percentuais e a maior queda da história em pontos medidos por Dow Jones. É muito cedo para saber se isso é o início de um processo de correção mais forte e significativo, que certamente virá, ou se foi, por ora, um ponto fora da curva. O fato é que o preço das ações nos Estados Unidos, medidos pela rentabilidade histórica das empresas, está em um dos patamares mais elevados de todos os tempos. E isso coloca a bolsa americana em um risco muito grande de correção. Quando isso vai acontecer, ninguém pode cravar. O ponto importante é que isso cria uma vulnerabilidade muito grande em toda a economia mundial. No Brasil, ontem, o impacto foi pequeno – a bolsa caiu, mas menos que a americana. É provável que a gente sofra menos por uma razão muito simples. O Brasil, ao contrário de muitos países, demorou muito para entrar nessa festa da disponibilidade de dinheiro amplo e barato. O Brasil vivia a maior crise econômica de sua história e o preço dos ativos começou a subir muito recentemente: nossa alta tem um ano e meio. A alta americana, nove anos. O gatilho da bolsa americana ontem é o desemprego muito baixo, fazendo com que os salários subam e o poder de compra também. Isso faz com que a inflação aumente muito e a taxa de juros precisa ser elevada para controlar esse cenário inflacionário. Os Estados Unidos estão vindo da taxa de juros mais baixa da história e uma elevação rápida aumenta o custo de capital de empresas, reduz a capacidade de consumo em função da elevação do custo de crédito e o resultado pode ser uma recessão.Uma recessão jogaria para baixo o lucro das empresas americanas e é isso que explica a debandada dos investidores.

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