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UM PARANAENSE NO VASTO UNIVERSO DE BETHÂNIA
| Foto:
MURILO MEIRELLES/DIVULGAÇÃO
MARIA BETHÂNIA É TEMA DE CONGRESSO BRASILEIRO, QUE ACONTECE ENTRE OS DIAS 4 E 6 DE FEVEREIRO, EM SALVADOR. JORNALISTA, ATOR E DRAMATURGO PARANAENSE É UM DOS CONFERENCISTAS

Havia de ser na Bahia. Mais precisamente no Teatro Martim Gonçalves, em Salvador, onde a homenageada, ainda adolescente, assistia às aulas de artes cênicas. “Foi um dos primeiros lugares que ela freqüentou em Salvador e isso, decididamente, moldou sua trajetória”, diz Neide de Jesus, organizadora do Congresso Brasileiro sobre o canto e a arte de Maria Bethânia em 45 anos de palco. Ela preside a Associação Cultural Rosa dos Ventos Bahia, que agrega mais de 1,6 mil integrantes do Brasil e do exterior.

O evento acontece entre os dias 4 e 5 de fevereiro na capital baiana e no dia 6, em Santo Amaro da Purificação, terra natal de Maria Bethânia Viana Telles Velloso. A extensa programação inclui desde conferências até uma oficina de cordel. O jornalista, ator e dramaturgo Renato Forin Jr. é o único representante do Paraná. Ele ira abordar “O show Rosa-dos-Ventos: desvendando o processo de significação implícito no espetáculo musical de protesto” , monografia premiada e que irá transformar-se em livro-reportagem.

“Não há nada parecido com a voz de Bethânia; não há nada semelhante à sua maneira de fazer arte. Ela agrega, em disco, em palco, tudo o que é brasileiro, que já passou de português, de negro, de índio. Sua voz é um movimento revelador do Brasil real, nu, que adentra o século 21 arrastando os méritos da miscigenação e os deméritos da desigualdade”, analisa Forin.

O jornalista conta que encontra dificuldades em encaixar suas pesquisas a respeito da estética de Maria Bethânia nos círculos acadêmicos em função de posturas nada flexíveis como a exigência de metodologias e sistematizações específicas. “Como enquadrar em categorias rígidas uma forma de arte inaugurada por Bethânia e que se situa na fronteira do teatro, literatura, do canto, do arranjo instrumental e das manifestações figurativas?”, questiona.

Pioneirismo – O Congresso Brasileiro direcionado ao universo quase mítico da intérprete foi idealizado há pelo menos um ano e tem caráter inédito, ao menos no Brasil. Oficialmente, Maria Bethânia comemora 45 anos de carreira no dia 13 de fevereiro deste ano “Sabemos do pioneirismo, mas não é esse o objetivo que buscamos. O congresso vem para analisar a provocar reflexões sob a luz da ciência. Queremos que acrescente algo de bom às pessoas”, diz Neide. São esperadas 191 pessoas de várias partes do País. Há poucas vagas disponíveis. O congresso tem como apoiadores a gravadora Biscoito Fino, Studio R, Pérola Negra e Alguras Comunicação.

Bethânia já adiantou que não irá ao congresso. Tem lá seus motivos. Isso, na opinião de Neide de Jesus, não será empecilho. “Será um prazer se ela aparecer, mas vamos discutir o trabalho artístico e não dissecar a artista. Bethânia confia em nosso trabalho e nos disse que ficou comovida com a realização do congresso”, conta. Jaime Além, violinista e maestro da cantora, é um dos participantes do congresso. Portanto, surpresas podem acontecer. É esperar para ver. E , talvez, ouvir.

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Espaço aberto

Algo a dizer sobre a trejetória de Maria Bethânia?
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** Senhores leitores, peço licença para me ausentar durante 10 dias. Volto com novidades.

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