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Você já comeu um bolo sem ovo? Sem manteiga? Talvez sim e aposto que nem percebeu. Parece ser contra as regras da confeitaria, mas é totalmente possível; só que, como qualquer outro bolo, nem sempre é fácil acertar uma receita vegana de primeira. Falo por conta própria: sou abatumadora profissional. De uns tempos pra cá tenho anotado as proporções que melhor funcionam para bolos, biscoitos e massas salgadas e faço no improviso. Mas ai, como o começo é difícil!

Conversei com algumas pessoas aqui de Curitiba que fazem sobremesas sem laticínios, ovos ou mel para que contassem um pouco da sua proposta. Todos aceitam encomendas e tem sabores e cardápios próprios, totalmente ou com algumas opções veganas. São eles:

 

Foto: Isis Freitag/Divulgação

Foto: Isis Freitag/Divulgação

Doces & Cores

Faz mais de dois anos que Isis Freitag começou a preparar comidinhas veganas para festa. Tudo o que está no cardápio da Doces & Cores é vegano: coxinhas, empadinhas, pastel, croquete, rissoles, esfirras, brigadeiro, pavê, brownie, “pão sem queijo” e, claro, bolos e cupcakes. “O segredo para uma receita vegana é muito estudo: pesquisas e testes na cozinha! Primeiro junta toda a informação, depois os ingredientes e algumas cobaias para degustação. Aí é só alegria!”

Isis é vegetariana há 11 anos e cozinha desde criança, quando ajudava a mãe confeiteira. “Nada melhor do que a prática como aprendizado. Morei em várias cidades do país e trabalhei em lugares veganos para aprender”, diz. Atualmente ela aceita encomendas com sete dias de antecedência e cada tipo de petisco tem uma quantidade mínima para fechar o pedido. Você pode ver os preços pelo site e se precisar de algo diferente, Isis está disposta a pesquisar. Mais informações pelo e-mail docesecores@gmail.com e pelos telefones (41) 3076-0193 e (41) 9912-7868.

 

Foto: Marcela Rossi/Divulgação

Foto: Marcela Rossi/Divulgação

Cariño Doces Artesanais

O nome da marca é um mimo. A apresentação dos bolos, cupcakes e cookies também: Marcela Rossi não gosta de pasta americana e defende que cobertura tem que ser pra lambuzar. Ela prepara várias sobremesas e muitas são adaptáveis para o universo vegano. Ela trabalhou em um restaurante na parte de confeitaria, preparando bastantes receitas francesas e enquanto trabalhava lá, decidiu abrir a Cariño. Mesmo não sendo vegan ela começou, em 2008, a testar várias receitas de bolo sem ingredientes de origem animal. “A maior dificuldade foi fazer um bolo tão fofinho como os que levavam ovos e manteiga na receita. Já fiz muito bolo batumado!”

Quando veganiza as receitas ela sempre tenta usar opções mais naturais e entender as limitações da confeitaria vegana — como exemplo, ela cita os macarons, doce francês feito a base de suspiro. “A maioria dos bolos vegans levam um pouquinho de vinagre na massa, isso ajuda o fermento a agir e a massa fica mais leve. Outra coisa que sempre levo em consideração é que a versão vegana de um ingrediente pode não ter o mesmo “efeito” da versão tradicional. Como o leite condensado à base de soja: em alguns preparos necessita de um tempo maior de fogo. Recentemente fiz um creme com cream cheese vegan e a consistência não era a mesma do de leite. Não dá pra simplesmente substituir, precisa usar outros artifícios para chegar em um resultado pelo menos próximo da receita tradicional”, ensina.

No momento, as encomendas estão suspensas porque Marcela foi a São Paulo estudar. Ela posta as novidades na fan page da marca.

 

Foto: Gabriela Dal Toé/Divulgação

Foto: Gabriela Dal Toé/Divulgação

Chip Muffin

A marca foi criada no ano passado pela designer gráfica Gabriela Dal Toé, que assa bolinhos e distribui alegria desde o The Cook-Room Ideas, que organizava em Florianópolis. De lá pra cá ela mudou de emprego, de cidade e de projeto. “Passei a cozinhar muito mais depois que comecei a trabalhar em casa. Descobria novas receitas quase todos os dias e percebi que fazer bolos era algo do qual eu gostava muito e que as pessoas que eu recebia em casa também gostavam”. No cardápio da Chip Muffin tem sete sabores de massa, seis de coberturas e duas de recheio — a maioria disponível na versão vegano e sem lactose. Para os celíacos, o melhor é perguntar quais são os sabores disponíveis.

“Trabalhar com confeitaria é delicado pois você lida com medidas sempre exatas. O que não pode faltar para fazer um bolo vegano é a linhaça, que substitui o ovo, e gotinhas de limão, porque ajuda o bolo a crescer. Outros ingredientes como leite e manteiga são substituídos por sucos naturais, polpa de fruta e óleo vegetal e castanhas”.

Ela só atende por encomendas feitas 48 horas antes pelo e-mail gabrieladaltoe@gmail.com, pela fan page ou por telefone (41) 9632-7213.

 

Foto: Divulgação

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Buena Vibra

O trio de biológos Tainá Navolar, Rafaela Moura e Caio Kim fazem sucesso nas redes sociais com as tortas vivas: além de veganas, estes preparos levam apenas ingredientes crus. Eles criaram a Buena Vibra em 2012, unindo a vontade de criar um negócio próprio e baseado no que acreditam. Começaram fazendo uma torta para a mãe de Caio. Fez tanto sucesso que postaram um passo a passo no facebook e uma amiga encomendou. Hoje além das tortas e das trufinhas (figurinha fácil nas lojas veganas da cidade), a Buena Vibra também tem cupcakes, docinhos de colher e cookies. A experiência do trio é um pouco diferente dos outros citados aqui por trabalharem com frutas e nozes para fazer os bolos e tortas, mas chama a atenção por ainda ser uma novidade, principalmente para os leigos: “O pessoal gosta bastante e fica bem surpreso quando contamos quais são os ingredientes. Se a gente omitir que as trufas e os cookies são veganos, ninguém vai se dar conta. Isso é muito legal, pois ajudar a quebrar um pouco do preconceito que a galera tem com a culinária vegana”, conta Tainá.

Recentemente eles lançaram o site, em que é possível fazer pedidos on-line, ver o cardápio – há opções crudívoras e veganas – e consultar preços. No site também tem um blog muito original com receitas, dicas da nutricionista Thaisa Navolar e até um espaço para literatura. Vale acompanhar a fan page deles também.

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Tem muita gente trabalhando nessa área, eu sei, mas não consigo falar com todo mundo. Conhece mais alguém de Curitiba com essa proposta? Me manda um e-mail: flavias@gazetadopovo.com.br. Vou ficar feliz em conhecer!

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