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Tour

O recomeço marca a paisagem do Chile em dois aspectos muito importantes para o país. Reinício para a população, entre ela famílias que vivem da exploração dos vinhedos e que, oito meses depois do último grande terremoto, ainda se recuperam dos estragos. Recomeço para as videiras, que iniciam a floração para daqui a alguns meses se transformarem em parreirais a perder de vista e em vinhos apreciados no mundo todo.

Nesta época do ano, com a chegada da primavera, todo o trabalho nas vinícolas está concentrado para o desenvolvimento de novos frutos. E as manifestações naturais – clima seco, ventos e temperaturas que oscilam de 5 a 20 graus C – são os principais componentes deste processo. “Essas características permitem uvas para vinhos com mais frescor e mais fruta, os gran reserva e premium”, afirma Sérgio Hormazábal, um dos cinco enólogos da Viña Ventisquero, responsáveis pelos 1.600 hectares de vinhedos.

Quando fala em frescor, Sérgio se refere especialmente a um dos cinco campos de vinhedos da empresa: o de Trinidad (a 140 km de Santiago), no Vale do Maipo, a 38 km do Oceano Pacífico. Foi onde a empresa começou sua primeira produção em 1998. Ali, ventos marítimos auxiliam no equilíbrio da temperatura, na ventilação adequada dos vinhedos e principalmente no controle de pragas.

O enólogo-chefe da Ventisquero, Felipe Tosso, ressalta que a diversidade de solos e de sabores para a mesma variedade marcam os vinhedos de Trinidad. “Daqui saem vinhos de grande personalidade. Os solos não são pesados e não têm muita água, por isso é perfeito para a cabernet e a syrah.”

O terroir

A Ventisquero produz 14 milhões de litros de vinho por ano, de três linhas (Ventisquero, Yali e Ramirana), que no Brasil custam de R$ 26 a R$ 240. A exportação chega a um milhão de caixas por ano – 60 mil para o Brasil só nos primeiros meses deste ano.

Ao completar dez anos, a empresa tem uma meta audaciosa: aumentar em 20% a exportação anual, seguindo o plano estratégico do governo chileno de triplicar a exportação de vinho, que hoje é de R$ 1,4 bilhão, nos próximos dez anos. E para isso, segundo o enólogo, a Ventisquero está em constante busca pelo melhor solo, planta e manejo, que se destaca pelo cumprimento de práticas de sustentabilidade. “O nosso objetivo é a excelência. Estamos buscando o melhor terroir para cada varietal”, afirma Tosso.

Dois representantes das pesquisas da vinícola para desenvolver vinhos modernos e vanguardistas, o Pangea (syrah) e Vertice (carménère), foram elaborados em parceria com o australiano John Duval, um dos enólogos mais prestigiados do mundo.

É em Apalta, em Colchagua (160 km de Santiago), a fonte das uvas syrah e carménère usadas para elaborar os dois vinhos ícones da empresa. “Apalta é para nós a joia da coroa de Colchagua”, diz Tosso. Ao contrário de Trinidad, onde as videiras estão na planície, em Apalta, elas sobem as encostas das montanhas –algumas estão a ângulos de 45°. O vale é caracterizado por um microclima considerado ideal para o cultivo de uvas premium. Tem uma longa estação seca com temperatura média variando entre 2 e 15 graus C. Nas longas temporadas de verão, que variam de 12 a 31 graus C, o sistema de gotejamento sustenta as videiras. “Apalta tem algo especial. Apesar das vinhas serem jovens, estamos fazendo alguns vinhos excepcionais”, afirma o enólogo Tosso.

Conheça mais vinhos desta grande vinícola chilena.

* A jornalista viajou a convite da Importadora Cantu para conhecer a Viña Ventisquero.

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