Bebidas
Seis grandes Barolos
Os grandes Barolos são vinhos para beber de joelhos. Dentre os maiores tintos do mundo, orgulham a vinicultura italiana como seu maior vinho: nobre, sofisticado, da mais alta costura e com personalidade própria, do terroir, muito bem marcada. No passado eram famosos pela dureza na juventude, necessitando décadas de estágio para arredondarem. Atingindo o sublime na maturidade. Felizmente, com os recursos da enologia moderna, trabalhos e seleção nas vinhas, já
nascem bem acessíveis ao gosto, sem prejuízo da capacidade de longo envelhecimento.
nascem bem acessíveis ao gosto, sem prejuízo da capacidade de longo envelhecimento.
Duas escolas se digladiam na região, nos últimos 40 anos. A tradicionalista e a moderna. A primeira submete o mosto a extrações muito longas e estagia os vinhos em grandes barris ovalados de madeira em geral eslovena e usada, os famosos botti. A moderna faz como em Borgonha ou Bordeaux, com extração mais curta e envelhecimento em barris menores de carvalho francês. Hoje há uma tendência à síntese, à utilização por um vinicultor de dada escola, de alguns meios da outra vertente. Seja como for, os Barolos estão cada vez mais grandiosos, obrigatórios nas adegas e mesas dos grandes conhecedores de vinhos.
O terroir secular é composto pela casta Nebbiolo, empregada isoladamente, cultivada na região demarcada do Barolo, no Piemonte, sobre uma formação de colinas de solo argilo-calcário. Dentro dela, diversas sub-regiões, com nuances diversas para os vinhos. São dois vales principais: Serralunga (comunas de Castiglione, Falletto, Monforte e Serralunga d’Alba), com vinhos mais potentes; e Central (comunas de Barolo e La Morra), com tintos mais elegantes e perfumados. A principal cidade é Alba, fora mas bem próxima do limite da denominação de origem. Ali também fica o paraíso das trufas brancas, as melhores do mundo.
Selecionamos 12 grandes Barolos, de diversos preços e das variadas escolas enológicas para mostrar aos amigos do Bom Gourmet. Todos excelentes. Apresentamos a seguir os campeões. Entre os maiores vinhos do mundo, o preço da garrafa pode ascender de mil reais. Mas há grandes rótulos acessíveis, como o leitor poderá constatar. A prova transcorreu às cegas, no Madero-Durski, em copos balão tipo Bordeaux, em amostras numeradas, sem que os provadores conhecessem antecipadamente o rótulo ou origem. O serviço impecável foi realizado pelo renomado sommelier Addison Dupczak. Os vinhos agradecem bom arejamento e temperatura em torno de 17 graus C. Após a degustação, vieram à mesa os perfumados e suculentos assados únicos do Madero. Além deste redator, participaram da prova os experientes degustadores Flávio Bettega, João Manoel Garcia e Luiz Carlos Zanoni.
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Guilherme Rodrigues é advogado, enófilo, membro de importantes confrarias internacionais. Dedica-se ao estudo e à degustação de vinhos há 25 anos.