Bebidas
Conheça o perfil dos reis do café curitibano
Para alguns especialistas do café, Curitiba é considerada a Seattle brasileira por sua tendência forte ao consumo da bebida – na cidade americana nasceu a maior rede de cafeterias do mundo, a Starbucks. Dizem que por lá é quase impossível andar uma quadra sem achar uma cafeteria. Não há pesquisas oficiais que confirmem esse movimento por aqui. Mas é certo que três grandes nomes do café brasileiro, e mundial, estão na capital paranaense.
Georgia Franco de Souza, proprietária do Lucca cafés Especiais, Otavio Linhares, consultor do Rause Café +Vinho, e Léo Moço, proprietário do café do Moço, cada um à sua maneira, são responsáveis por difundir a cultura do café, principalmente os especiais. Todos são unânimes ao dizer que Curitiba é uma cidade que atrai baristas de todo o país por ser um mercado sólido, crítico e com qualidade. Conheça o perfil de cada um deles.
Georgia Franco de Souza
Depois de uma carreira como engenheira informática, a barista Georgia Franco de Souza, 50, largou tudo, foi estudar na França e nos Estados Unidos e em 2002 abriu o Lucca Cafés Especiais. Localizado no Batel, o Lucca foi a primeira cafeteria de Curitiba especializada na torrefação e na comercialização de cafés selecionados. Em 2012 entrou na briga com a gigante Nespresso quando lançou cápsulas para máquinas da marca. Reconhecida pelos colegas como a pioneira na capital paranaense, treinou premiados baristas como os campeões brasileiros Otavio Linhares e Felipe Oliveira, e a campeã brasileira de Latte Art Graciele Rodrigues. No Lucca, a paixão pelo café virou tradição de família. A filha de Georgia, Carolina, 22, já foi quatro vezes consecutivas campeã brasileira nas categorias Brewers e Cup Tasters.
Otavio Linhares
Formado em filosofia, história e teatro pela UFPR, em 2003 Otavio Linhares, 35 anos, resolveu mudar o rumo da sua vida. Queria trabalhar num boteco e por uma coincidência acabou preparando cafés no recém-inaugurado Lucca Café Especiais. Aprendeu os segredos da torrefação com a mestre-torradora Georgia Franco de Souza e, na época, nem imaginava que nos sete anos que se seguiriam, ele ganharia seis prêmios, entre os quais o Campeonato Brasileiro de Barista em 2005. Após encerrar um novo ciclo, em 2011 tornou-se consultor do Rause Café+Vinho e passou a dar cursos e palestras para formar um público que entenda do assunto: “A Georgia foi pioneira na área do café em Curitiba, mas hoje em dia é preciso dar continuidade a esse trabalho. Por isso precisamos formar uma plateia de consumidores. E essa é a tarefa mais difícil”.
Léo Moço
Carioca, radicado em Curitiba há um ano, a história de Léo Moço, 34, como barista começou em 2005 quando ele tomou um novo rumo para a vida. No início não gostava muito de café, mas determinado, estudou sozinho todo o processo da produção da bebida. Desde a plantação, colheita, torra, até chegar à xícara. Trabalhou no Rio de Janeiro, Nova York e São Paulo. Há dois anos, se dedica à torrefação do próprio café, o Café do Moço que vende para vários lugares da cidade como o Brooklyn Coffee Shop. Em 2013 ficou em segundo lugar no Campeonato Brasileiro de Preparo de Café, com um café fermentado com leveduras de cerveja, e venceu o Campeonato Brasileiro de Barista. Neste ano irá representar o país na etapa mundial. Há pouco mais de um mês abriu em Curitiba o Barista Coffee Bar, um local onde só se vende café e todas as sete opções são preparadas por ele na frente do cliente.