Bebidas
É tempo de drinque
Esqueça as bebidas enfeitadas com guarda-chuvas de papel, esqueça também a onda de curaçau blue. Isso ficou para trás. O cardápio do bar agora é feito de novas criações e de reinvenções de clássicos. A mixologia, arte de misturar bebidas, ainda não é um tema corriqueiro, mas aos poucos as pessoas se interessam pela surpresa que uma taça pode proporcionar.
Em um movimento vindo da Europa em direção ao Brasil, a cultura de drinques se instalou em São Paulo e aos poucos se espalha por outras capitais, como Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. Na capital curitibana, há poucos meses o premiado bartender Igor Bispo, em sociedade com o chef Marcelo Amaral, abriu o Tiger Cocktails, bar especializado em drinques localizado na Rua Saldanha Marinho.
O Chef bartender do cultuado La Maison Est Tombée, de São Paulo, Laercio Zulu vê crescer o interesse por coquetéis. “Alguns clientes, ao pedir a bebida, querem saber como ela é feita e com quais ingredientes”, diz.
E não é só a clientela que demonstra essa mudança de comportamento. Os empresários também estão voltando suas atenções para os bares, como analisa Zulu, eleito melhor bartender do Brasil pelo Diageo World Class 2014. “Os donos de restaurantes e bares estão procurando dar destaque ao bar, querem transformá-lo em estrela, com iluminação adequada”, afirma.
Vini Vasconcellos, bartender e gerente do Capone, em Porto Alegre, percebe uma mudança na mixologia dos anos 1990 para cá. “Bebidas como o Alexander e o Lagoa Azul ficaram para trás” diz. Ele acredita que o público adepto dos drinques é formado por pessoas que viajam para Londres, Estados Unidos e São Paulo e por curiosos. “Os clientes assíduos nos auxiliam na criação de novas opções”, conta o bartender.
Ainda há muito o que explorar, pondera Pablo Henrique Lavall, proprietário da Drink It, empresa de coquetelaria para eventos de Florianópolis. Assim como se vê na gastronomia, há também uma valorização dos produtos regionais na drinqueria. “O que está em alta é dar um toque regional aos coquetéis, seja com uma fruta específica ou com mel. Além de diminuir os custos, essa atitude fomenta a economia da região”, diz.