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Produtores da Serra da Canastra criam primeira escola de mestre queijeiro do Brasil
Com previsão de início das aulas para o primeiro semestre de 2020, a primeira escola de formação de mestres queijeiros do Brasil está sendo construída em São Roque de Minas, no berço da Serra da Canastra (MG). O presidente da Associação de Produtores de Queijo Canastra (Aprocan), João Leite, garante que não existe escola com formação em produção de queijo com leite cru no Brasil. “É uma nova concepção. Nem tudo que se aplica em queijo pasteurizado se aplica em queijo com leite cru”, explica ele.
Para garantir a qualidade do curso, professores de escolas europeias estão sendo convidados a participar da equipe de docentes. O presidente da Aprocan confirmou parceria com professores da Escola Nacional de Laticínios Enilbio, que fica em Poligny, na França. “Agora vamos buscar parceiros na Itália”, revelou Leite. Para ele, o Brasil tem excelente produção de leite de qualidade, mas não tem bons estudos sobre queijos artesanais.
A escola vai oferecer formação em módulos, com cursos que vão desde a história e importância do queijo, como pastagem, produção de leite de qualidade, manutenção de ordenha, até como fazer queijo de qualidade e técnicas de maturação. Serão módulos de 10 a 15 dias de duração, com carga horária de aproximadamente 48 horas cada.
Como a associação ainda está em busca de parcerias no exterior, os módulos que farão parte da formação de mestre queijeiro ainda não estão definidos. Da mesma forma, os valores dos cursos também estão em fase de estudo. “O objetivo da escola será a manutenção dos cursos, então é importante que tenham valores acessíveis”, comenta Leite.
Capacitação de produtores
A ideia inicial da escola de formação era, num primeiro momento, investir na capacitação de produtores de queijo da própria Serra da Canastra. “A gente pensou na escola para uma deficiência nossa, mas tivemos que repensar tudo porque muita gente ficou interessada”, revela o presidente da Aprocan. Até o início do mês de agosto, mais de 50 pessoas de todo o Brasil se inscreveram.
A infraestrutura conta com três pavilhões que vão abranger o espaço administrativo, queijaria, sala de aula, laboratórios e cave de maturação. O custo total das obras, de acordo com a associação, chega a R$ 1,5 milhão.
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