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Evento quer colocar o México na rota da gastronomia mundial
Primeiro foi a comida do lugar, depois veio a experiência dos principais chefs internacionais, para o próximo ano, o tema virá do que é servido nas ruas. É uma rápida pincelada de três edições, 2012, 2013 e 2014, do Mesa América, um evento que, assim como a gastronomia do país vibrante, de cores e tradições fortes, atrai olhares e leva interessados pelo assunto para a populosa Cidade do México. No centro de tudo, destoando da agitação do lugar, o discreto e calmo chef mexicano Enrique Olvera, que está decidido a mudar a gastronomia do seu país e tornar o Mesa América um encontro dos mais relevantes da área.
Foi da observação da evolução das cozinhas nas cidades que promovem eventos para discutir a gastronomia em todos os seus aspectos que surgiu o Mesa América. “Comecei a notar as diferenças a cada ano nos restaurantes, quando eu retornava às cidades”, contou Olvera, que está à frente do Pujol, na 17.º posição no ranking dos 50 melhores restaurantes do mundo, da revista Restaurant.
O formato escolhido para o Mesa América dá pistas de que o chef quer mesmo inovar. “Pensei em criar um ambiente informal, estimulando a troca de informações entre os participantes, porque eventos como esse são muito intensos”, explicou Olvera. Na última edição (em maio), o chef mexicano levou nomes de destaque da cozinha internacional. “A intenção foi chamar cozinheiros que pudessem inspirar.”
No evento deste ano, em maio, o fundador do movimento Slow Food, Carlo Petrini, fez um pronunciamento apaixonado e bradou, além de tuitar, “a gastronomia não é apenas dominar técnicas ou receitas. É agricultura, história e política”. Reconhecido pela transformação da gastronomia peruana, Gáston Acúrio lembrou que o chef não pode ficar mais recolhido na sua cozinha nem esconder receitas, que precisam ser compartilhadas. Mantra uníssono entre os grandes cozinheiros.