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Curitiba tem serviço de visita a propriedades que produzem orgânicos
Você sabe de onde vêm os produtos orgânicos que você consome? Se compra nas mais de dez feiras voltadas ao segmento em Curitiba, com certeza sabe quem os vende. Mas e se você pudesse visitar as propriedades em que as alfaces são cultivadas e o leite ordenhado? Pensando em estreitar as relações entre consumidor e produtor, a Associação de Consumidores de Orgânicos do Paraná (Acopa) organiza a cada dois meses uma visita a propriedades que produzem orgânicos na Região Metropolitana de Curitiba.
Os passeios, realizados há 15 anos pela Acopa a duas ou três propriedades por vez, são realizados aos domingos, duram o dia todo e o que não falta é coisa para ver e provar: em cada local, o visitante prova os alimentos em café da manhã, almoço e lanche da tarde. Ivo Melão, pesquisador de socioeconomia rural no Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA) e presidente da Acopa, explica que o projeto tem o objetivo de educar o cidadão. “A partir dos passeios, o consumidor urbano vê com seus próprios olhos como funciona o sistema de produção orgânica, da agricultura à pecuária”, comenta. A data da próxima visita está sendo definida.
Entre os visitantes, há gente de todo o tipo: dos consumidores assíduos da feira de orgânicos do Passeio Público, realizada aos sábados, aos completamente leigos no assunto. Para Melão, todos saem ganhando. Quem consome orgânicos aprende mais sobre o passo a passo da produção e quem nunca provou um alimento livre de agrotóxicos pode se aventurar em terras desconhecidas. “Algumas pessoas começam a frequentar a feira depois dos passeios orgânicos”, conta ele.
Durante as visitas, pode-se conhecer as plantações, o pasto e os locais de armazenagem de produtos e também saber como é feita a colheita dos alimentos ou a produção de queijos e pães.
Falso orgânico
Em 31 de janeiro, o Fantástico divulgou uma reportagem investigativa sobre feirantes que vendem falsos orgânicos em diversas regiões do Brasil. De tomates a abacaxis, inúmeros alimentos eram vendidos a preços até 25% mais caros do que os convencionais, cultivados com agrotóxicos e fertilizantes químicos. O problema é que eles não eram orgânicos, e sim comprados de grandes distribuidores.
Mercado em crescimento
De acordo com dados do projeto Organics Brasil, o comércio de alimentos orgânicos cresceu 25% em 2015 e este número só tende a aumentar. A estimativa é de que o percentual atinja 35% em 2016. Em tempos de maior procura, há também mais exigência do consumidor em saber de onde vêm os produtos encontrados na feira.
Melão afirma que a fiscalização deve ser feita pelo Ministério da Agricultura. “Por lei, todos os produtos orgânicos devem conter dois selos, o Brasil Orgânico (emitido pelo Ministério) e outro, emitido por uma empresa certificadora. No caso dos produtos a granel, encontrados nas feiras, o produtor deve expor o registro de certificação na barraca”, explica. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Paraná é o segundo estado brasileiro com mais propriedades certificadas para a produção de alimentos orgânicos.
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Serviço
Inscrições: São feitas no quiosque da Acopa, na feira de orgânicos do Passeio Público (todos os sábados, das 7h às 12h).
Ingresso: R$ 60 (no valor, estão inclusos o transporte e três refeições: café da manhã, almoço e lanche da tarde)
Os passeios são aos domingos, a partir das 8h. O limite é de até 30 pessoas por grupo. A próxima data ainda está sendo definida.
Ingresso: R$ 60 (no valor, estão inclusos o transporte e três refeições: café da manhã, almoço e lanche da tarde)
Os passeios são aos domingos, a partir das 8h. O limite é de até 30 pessoas por grupo. A próxima data ainda está sendo definida.