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Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Há três anos, o empresário Paulo Peruzzo pediu a palavra em uma das reuniões da então recém-criada Associação dos Comerciantes da Região da Praça da Espanha (Ascores). Levou uma sugestão no mínimo ousada a seus pares – empresários de diversos ramos que, assim como ele, queriam vender mais e tornar a região ponto de referência. Sugeriu definir como Batel Soho a área hoje consagrada um dos principais centros de boa gastronomia e compras de rua (para o mercado de luxo) de Curitiba.

As referências eram de longe. Soho é o nome de descolado bairro de Londres. Também é o de uma região gastronômica de Buenos Aires. Mas foi imortalizado mesmo em Nova York, ao sul da rua mais charmosa de Manhattan: a Houston (a contração das palavras South Houston é que forma “soho”). A mudança na região do Batel, portanto, era bem mais do que um nome, era um conceito. E que encaixou bem. Embora as regiões citadas tenham surgido naturalmente, enquanto a curitibana foi idealizada, não há como negar a essência: arte, moda e cozinha sofisticadas.

A cozinha, aliás, é inegavelmente a estrela. São 30 restaurantes, empórios e cafés que fazem parte oficialmente do Batel Soho, mas muitos outros estão localizados na região, podendo até triplicar este número, segundo Jô Maciel, coordenadora de marketing da Ascores. Italianos, franceses e brasileiros. Um roteiro que vale a pena visitar, revisitar e explorar. Em poucos quarteirões, fachadas imponentes como a do L’epicerie, do Marcolini, do Sel Et Sucre e do Vin Bistro disputam a atenção de um público crítico.

Três anos após a criação, o Batel Soho tem público cativo. “Não medimos o movimento médio diário, mas os comerciantes sentem esse crescimento”, diz Jô. Gente que antes se espalhava por diferentes bairros de Curitiba em busca de boas opções. “É um lugar para se conhecer a pé, respirando ar puro”, define Peruzzo, hoje presidente da Associação.

O pico de movimento acontece durante os Empórios Sohos, eventos em que os restaurantes oferecem minipratos de seu menu em plena Praça da Espanha. No último deles, em dezembro, em dois dias 6 mil pessoas consumiram os produtos dali.

O sucesso atraiu a atenção dos vizinhos. O que era para ser uma área no entorno da Praça ganhou adeptos fora destes limites. Tem um pouquinho de Soho a 7 ou 8 quadras do epicentro.

Prova do sucesso também é a adesão de novos associados. O caçula é a Cervejaria Devassa, inaugurada em dezembro. O empresário Gustavo Costa admite: escolheu o ponto, exatamente na Praça da Espanha, por ser o coração do Batel Soho. O chef Junior Durski também não quis ficar de fora. Tratou de comprar um terreno do outro lado da praça para uma nova unidade do Madero Burger & Grill. Em julho deve abrir as portas. Durski compara ter um restaurante na Praça da Espanha a ter um escritório na renomada avenida comercial parisiense Champs-Élysées.

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