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O perfumado mel da RMC ganha certificação e agora pode ser comercializado em todo o Brasil
Boa notícia para os pequenos produtores de mel da região metropolitana de Curitiba e para os consumidores de todo o Brasil. Nessa segunda (3), o mel de abelhas nativas produzido em Mandirituba recebeu a certificação do Serviço de Inspeção Federal (S.I.F). Isso significa que o produto agora pode ser legalmente comercializado para todo o país.
“Como a conquista ainda é muito recente, não dá para saber qual será o aumento de renda para os produtores”, afirma Benedito Antônio Uczai, vice-presidente da Associação de Meliponicultores de Mandirituba (Amamel), que reúne 20 produtores da região. Com certeza, a conquista da rotulagem vai incentivar os criadores a aumentarem a produção através da multiplicação de novas caixas.
Há cerca de 15 anos, Mandirituba tornou-se um polo para a criação de abelhas sem ferrão. A técnica, chamada de meliponicultura, cria um produto muito apreciado pelos chefs locais. O mel de abelha nativa é diferente do mel comum, encontrado nas prateleiras dos supermercados, que é produzido pelas abelhas africanizadas, com ferrão.
Benedito conta que a produção é pequena: uma população de abelhas africanizadas chega a produzir 40 quilos de mel por ano, enquanto as abelhas nativas produzem apenas 50g a 3 quilos ao ano, dependendo da espécie. Isso faz com que o preço do quilo do mel fique em torno de R$ 120. “Elas produzem pouco mel, mas é um mel requintado”, explica.
Sabor e tipos de mel nativo
Existem diversas espécies de abelhas sem ferrão, que produzem tipos diferentes de mel: doces, azedos, viscosos, mais líquidos, claros e escuros. Os principais tipos de mel da região são os das abelhas Mandaçaia, Guaraipo, Manduri, Jataí, Tubuna e Mirim Saiqui. Esse último é o mais azedo de todos, sendo utilizado, inclusive, para o cozimento de peixes.
A chef curitibana Gabriela Quintana, do Quintana Café & Restaurante, já usa o mel nativo há cinco anos para consumo próprio. Rico em nutrientes e em sabor, “tem muitas notas de flores, frutas e notas cítricas que lembram os efeitos de fermentação”, afirma a chef.
Ela revende o mel dos pequenos produtores no restaurante, além de utilizar em alguns pratos do cardápio. “A dica é consumir o mel em um momento que você esteja em jejum, ou com bastante fome. Assim, seu organismo vai receber seu alimento por inteiro”, recomenda a chef.
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