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“O mercado de azeites está 20 anos atrás do mercado do vinho”, diz importador
Ainda incipiente no Brasil, o mercado de azeites de oliva tem visto há pouco tempo surgirem novas marcas importadas e a identificação das variedades de azeitonas usadas em sua produção. Mas o cenário é visto com otimismo por Manuel Chicau, proprietário da importadora curitibana Adega Alentejana e entusiasta do segmento.
“No Brasil, o mercado de azeites está 20 anos atrás do mercado do vinho”, afirma Chicau. A importadora, que completa 20 anos em 2018, trabalha com 12 rótulos de azeite, vindos de Curicó, no Chile, e das regiões portuguesas Douro, Alentejo e Tejo, tais como Adega de Borba, Mouchão, Quinta da Alorna, Pintas & Guru. No segundo semestre ampliará o portfólio com azeites espanhóis e tunisianos.
Manuel conversou com o Bom Gourmet durante o 10.º Passeio Enogastronômico da Adega Alentejana, no Clube Curitibano, durante a comemoração dos 20 anos da importadora.
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Em 2017, a Adega Alentejana vendeu 400 mil litros de azeite, que representou 18% de suas vendas. “Nossa projeção é que os azeites representem 25% das vendas neste ano e chegue a 40% em três anos”, disse Manuel Chicau, proprietário da Adega Alentejana. As vendas de azeite de oliva da Adega Alentejana aumentaram 60% em 2017 e o empresário prevê um aumento de mais de 100% para 2018.
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“Onde tem bom vinho, tem bom azeite”, enfatiza Manuel, uma vez que a videira e a oliveira se dão bem nas mesmas condições climáticas: grande amplitude térmica durante o ano, estresse hídrico e baixas temperaturas no inverno.
Todas as marcas comercializadas pela Adega Alentejana são de vinícolas, que o empresário considera garantia de boas práticas e qualidade do produto. “O azeite puro é amargo e picante. Você sente notas de maçã, de amêndoa”, descreve Manuel. Os preços sugeridos para os rótulos importados pela Adega Alentejana estão entre R$ 40,20 e R$ 91,90 para garrafas de 500 ml, produzidas em baixa escala.
Para Chicau, o interesse do público por um azeite de oliva de qualidade ainda é recente e se deve às seguidas denúncias de fraude por parte dos órgãos de defesa do consumidor e pelo Ministério da Agricultura.
“Os produtores de azeite não estão em destaque como os de vinho, ainda. E para importar no Brasil, é permitido o reenvase, então é muito fácil comprar uma bombona de 200 litros e misturar”, diz. A dica de Chicau para conferir se o azeite é puro é colocá-lo na geladeira por um ou dois dias. Se ele ficar esbranquiçado e gelatinoso, isso indica que o azeite é extravirgem.
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