O fórum que inaugurou a programação da Mercosuper 2020, nesta quarta-feira (18), apresentou uma visão sobre o futuro dos supermercados e as perspectivas para 2021 e para o período pós-pandemia. A palestra foi mediada pelo CCO da MegaMedia Group, Eduardo Jaime, e contou com a participação de Carlos Beal, sócio-proprietário da Rede Festval, Pedro Joanir Zonta, proprietário do Condor Super Center, Everton Muffato, sócio proprietário do Grupo Muffato, e Carlos Tavares, que está à frente da Companhia Sul-Americana de Distribuição (CSD). 

Todos os empresários foram unânimes em dizer que no ano de 2020 a relação com os consumidores mudou e acelerou a implantação de tendências digitais. “Nestes 46 anos de história do Condor, eu passei por diversos planos econômicos e crises, mas nada se compara à pandemia. As mudanças, sem dúvida, foram muito grandes para todos nós. Tivemos que nos adaptar à nova realidade e mudar nossa forma de trabalho e relacionamento com o cliente”, afirmou Pedro Joanir Zonta.

Além de exigir uma resposta e adaptação rápidas do setor, a pandemia de covid-19 acabou antecipando tendências, como a ampliação das vendas online, e mostrou que o consumidor também mudou e está mais conectado e digital. “Eu costumo dizer que a pandemia transformou seis anos em um. As diretrizes que prevíamos para os próximos anos tiveram que ser antecipadas e implementadas com rapidez. Além disso, o consumidor se tornou ainda mais multicanal e tivemos que nos adaptar a isso”, ressaltou Everton Muffato.  

Neste novo perfil de consumidor - mais conectado, mais exigente e mais preocupado com a experiência de compra - a gestão de relacionamento com o cliente veio para ficar. Segundo o sócio da Rede Muffato, o CRM (Customer Relationship Management) é uma realidade que não pode ser ignorada e não é possível pensar no futuro sem segmentação e personalização do mercado.

Os clientes estão demandando novas formas de serviço. Além disso, o mercado está cada vez mais competitivo, não só entre o setor de supermercados, mas, também, com a valorização dos pequenos negócios, como as padarias especializadas, as casas de carnes e empresas especializadas na entrega de produtos orgânicos. “A nova concorrência não está só na internet. Nós temos que nos adaptar e mudar. O modelo antigo não sobrevive mais neste mercado tão competitivo”, sentenciou Carlos Beal. 

É preciso, portanto, que os varejistas encontrem um equilíbrio entre ser multicanal e manter o foco no objetivo do negócio, estando sempre atentos ao comportamento do consumidor para traçar novas estratégias de expansão e atendimento. “Sem dúvida, o mercado está cada vez mais nichado, em grande parte por especialistas de pequeno porte, mas que, em maior número, acabam impactando nosso negócio. Por isso, precisamos estar atentos às novas oportunidades que o mercado apresenta”, afirmou Carlos Tavares.

Apesar das mudanças impostas pelo ano de 2020, as perspectivas do setor são positivas para o próximo ano e os empresários acreditam que haverá uma boa retomada no pós-pandemia, com crescimento para o Paraná. Mas, apesar disso, será um ano de desafios.  “O próximo ano não vai ser fácil, mas acredito que será um ano de crescimento e estou otimista que conseguiremos recuperar, se não tudo, uma boa parte do que a economia regrediu neste ano”, destacou Tavares.

Everton Muffato também vê 2021 com otimismo, apesar de acreditar ser difícil fazer grandes projeções. O empresário também acredita que o setor varejista não deve parar de investir. “Essa deve ser a nossa principal contribuição  para a sociedade, gerando emprego, renda e fazendo a economia girar”, disse. 

A Mercosuper 2020 é organizada pela Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) e realizada de forma digital e gratuita, até esta quarta (19). Transmitida em tempo real, a abertura contou com a participação de importantes nomes do setor, além do governador do Paraná, Ratinho Júnior, e do vice-governador, Darci Piana. O evento reúne empresários e trabalhadores da indústria ou serviços ligados ao setor supermercadista.