Bom Gourmet
Mineira faz sucesso com empadas inspiradas nos pratos que prepara em casa
Diz que todo mineiro tem a receita do pão de queijo na cabeça e é capaz de prepará-lo até mesmo de olhos vendados. Pode até ser verdade, mas dona Maíza Campos, de 60 anos, mineira de Itamarandiba (cidade de 34 mil habitantes na região do Jequitinhonha), decidiu que faria seu nome por meio de outro salgado: a empada.
Há cinco anos, dona Maíza largou o restaurante que tinha em Minas Gerais para fazer empadas em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A receita base foi tirada de um velho livro de culinária, aliada ao seu tempero mineiro de casa. O sucesso foi tão grande que hoje ela é dona de uma rede com 40 ‘empadarias’, entre unidades próprias e franquias, em cidades do Sul e Centro-Oeste do país.
A Só Empadas começou servindo empadas apenas nos sabores tradicionais. Hoje o cardápio conta com 30 tipos, entre doces, integrais e alguns sabores bastante inusitados. A mais nova criação foi batizada de Porquinho Furioso. Ela é feita com massa tradicional (mas com alto teor de gordura, a 50%) e recheada com o lombo suíno desfiado temperado com alho e cebola e geleia de pimenta biquinho com abacaxi.
“O Porquinho Furioso surgiu meio que espontaneamente nos testes que fazemos para novos sabores. Eu já fazia em casa o lombo de porco desfiado com geleia de pimenta e abacaxi e logo pensei que talvez poderia virar um novo recheio. Deu certo e as pessoas estão gostando”, conta a cozinheira.
Além dele, são servidos outros sabores — todos bem caseiros — como costela com purê de mandioquinha; linguiça Blumenau com purê de batata, bacon e couve; carne seca com mandioca e bobó de camarão com Catupiry. Há ainda as empadas doces de Banoffee e Prestígio, entre outras.
As empadas da dona Maíza são bem recheadas e servidas pelo valor cobrado — todas elas custam R$ 4, menos na unidade do Aeroporto Internacional Afonso Pena, onde o salgado sai por R$ 5.
De Minas para o mundo
A trajetória de sucesso da ‘empadaria’ da dona Maíza começou quando ela decidiu fechar o restaurante que mantinha em Itamarandiba há mais de 30 anos. Tocando de perto o fogão e botando a mão na massa para preparar os quitutes, a se viu num momento de pisar no freio. Coincidentemente foi quando o filho Hugo retornou de uma temporada de trabalho nos Estados Unidos.
Tal qual tantos outros mineiros, o então jovem de 22 anos resolveu tentar a vida na terra do Tio Sam e por lá ficou durante uma década. Voltou ao Brasil e decidiu empreender em uma cidade grande. Hugo convenceu a mãe da ideia e veio para Curitiba após indicações de amigos. E foi em Pinhais que o dinheiro da temporada americana e da venda do restaurante se multiplicou.
“Começamos com um quiosque em um supermercado, com a receita que ela aprendeu em um livro antigo. Aí comecei a estudar o preparo das empadas para algo mais elaborado e deu certo”, explica. A Só Empadas vende cerca de 120 mil salgados por mês, e toda a produção ainda é acompanhada por dona Maíza.
>> Leia também: Mandioquinha sai da sopa e rouba a cena até na mesa do bar
A cada estação do ano, a marca testa novas receitas e a próxima deve levar pinhão. A rede tem lojas em supermercados e galerias de Curitiba e Região Metropolitana, Paranaguá (PR), Joinville (SC) e Campo Grande (MS).