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De colheita à água especial: saiba mais sobre os novos projetos do premiado barista Leo Moço
O ano passado não foi fácil para muita gente, mas para o barista Leo Moço foi especialmente complicado. Cinco vezes campeão em competições nacionais de barismo, Moço ficou sem olfato ao longo de quase todo 2021, sequela da Covid-19, que pegou no final do ano anterior. Foram tempos difíceis, ele conta. Mas também de decisões na área profissional dos cafés especiais.
Em janeiro deste ano, Leo deixou a parceria com a 3Corações e o Café do Moço, que havia resultado na abertura de uma grande cafeteria pouco antes da pandemia. Agora, sem o antigo parceiro, se prepara para lançar um novo ponto em Curitiba e planeja a colheita da sua própria produção de café ainda para este primeiro semestre. Ele acaba de comprar uma propriedade no interior da Bahia, em uma região famosa por sua produção de cafés especiais.
“Eu estava me sentindo preso naquela parceria, sem conseguir criar e colocar as minhas ideias em prática. Não estava mais fazendo sentido para mim. Então, eu decidi sair e as coisas foram acontecendo”, conta.
Entre as coisas que aconteceram está a criação do Ô Barista, uma parceria entre Leo Moço e o Hotel Intercity, localizado na rua João Gualberto, 1.344. O Ô Barista vai ocupar o antigo café do hotel e deverá começar até o começo de abril. “Esse é o primeiro ponto dos meus novos projetos. Ficarei responsável pelo café e um chef cuidará do cardápio das comidas. Terá almoço e a noite vamos funcionar como um café bar, com vinhos, drinks com café e algumas comidinhas”, explica.
Um dos diferenciais do Ô Barista será a água usada para a extração da bebida, que faz toda a diferença no universo dos cafés especiais. A prática, já utilizada nas competições de barismo, será levada para o dia a dia do café. O processo envolve a total desmineralização da água e depois a adição de minerais específicos na quantidade desejada. “Queremos também vender essa água, lançar a nossa própria marca. Assim, o cliente pode levar para casa a água específica para tirar o melhor sabor de cada tipo de grão”, conta Leo.
Colheita de cafés especiais
A partir de agosto, o público de Curitiba também poderá provar do café colhido por Leo Moço em sua propriedade em Ibicoara, na Bahia. Essa é mais um acontecimento dos últimos dias na vida do barista. No começo dessa semana, ele comprou alguns alqueires de terra com pés de café já plantados e produzindo.
A propriedade fica na Chapada Diamantina, em uma região também conhecida pelas muitas trilhas e cachoeiras. Os planos de Leo para o local vão além da lavoura e torrefação do café --- e isso já não é pouco. A ideia, ele diz, é criar uma pousada que proporcione aos hóspedes vivenciar todas as etapas da produção de um café de qualidade – da colheita à mesa.
Pensa que acabou? O voo de Moço envolve ainda outros horizontes para o local. Ele pretende criar uma escola na região para formar baristas e pessoas especializadas em torrefação de cafés especiais. “Esse é um projeto meu de vida. Poder passar para as pessoas esse conhecimento e transformar vidas por meio do café.”