Restaurantes
Roberta Sudbrack fecha seu restaurante 1 estrela Michelin no Rio
Eleita melhor chef da América Latina em 2015, Roberta Sudbrack surpreendeu os apaixonados da boa mesa ao anunciar, na tarde deste sábado (21), o encerramento das atividades do RS, seu restaurante 1 estrela Michelin, localizado no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
A premiada cozinheira gaúcha, radicada no Rio, publicou a decisão no Facebook. “O RS não fechou a sua porta porque a crise bateu nela. Ela bateu sim. Nós sentimos sim. Mas poderíamos seguir. Alta gastronomia séria nunca deu dinheiro. Nem nunca dará. É quase um princípio básico”, escreveu a chef.
Sudbrack diz que a decisão, que parece ser mais filosófica do que financeira, foi amadurecida durante dois anos. “O RS encerrou o seu ciclo porque eu não acredito mais na forma, como acredito no conteúdo”, continua o post.
O texto deixa entender que a chef continuará se dedicando à gastronomia, em particular à comida de rua e à cozinha caseira. “Quanto a mim? Pretendo finalmente realizar o meu grande sonho: Me tornar uma cozinheira de forno e fogão”, diz a chef. “A comida de rua me fez ver isso muito claramente. Voltar às ruas e encarar o público nos olhos me fez ver isso. Eliminar excessos é preciso. Repensar a forma é preciso. Manter o movimento é necessário!” afirma a chef.
O RS não é o único empreendimento da chef. Sudbrack comanda também o Da Roberta, casa especializada em sanduíches no Leblon, o food truck Sudtruck e o Sud Dog, loja de cachorros-quentes que abriu no final do ano passado na Vila Madalena, em São Paulo.
O RS conquistou o 25º lugar na lista dos melhores restaurantes da América Latina, em 2016, e desde 2015 integra a versão brasileira do Guia Michelin com 1 estrela. Sudbrack tem 20 anos de carreira durante a qual chegou a comandar a cozinha do Palácio da Alvorada, durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso. Em 2012, ela esteve à frente da equipe de cozinha da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres.
Sua cozinha é marcada pelo fato de privilegiar ingredientes frescos e reabilitar alimentos brasileiros marginalizados pela alta gastronomia, dedicando a cada ano atenção a alguma matéria-prima, como maxixe, chuchu e cará.