O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), sugeriu a necessidade de se debater o adiamento das eleições municipais previstas para outubro deste ano. Em entrevista ao jornal O Globo, Leite afirmou que, embora ainda seja um pouco cedo para tomar uma decisão definitiva, o tema não pode ser adiado por muito tempo.
"Ainda é um pouco cedo, mas também não vai poder retardar muito essa discussão. Junho já é um momento pré-eleitoral e em julho se estabelecem as convenções. É um debate pertinente. O Estado estará em reconstrução, ainda em momentos incipientes, em que trocas de governos municipais podem atrapalhar esse processo. O próprio debate eleitoral pode acabar dificultando a recuperação", disse ele.
Leite acredita que o processo das eleições em si pode trazer dificuldades adicionais para a recuperação do estado, que precisa de estabilidade administrativa para avançar com as ações necessárias. Em relação à escolha do candidato que vai apoiar para a prefeitura de Porto Alegre, Leite afirmou que "está abaixo de outras prioridades".
O governador também afirmou que "a politização não é bem-vinda" e que é preciso "buscar união" para reconstrução do Rio Grande do Sul. Ao ser questionado sobre a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de colocar Paulo Pimenta, um político com potencial candidatura ao governo gaúcho em 2026, no novo ministério criado para lidar com a tragédia, Leite destacou a importância de manter o foco nas ações de reconstrução.
"A reconstrução é liderada e coordenada pelos próprios gaúchos que têm um governo constituído. O nome do ministério é Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução. Se a proposta é ser um apoio à reconstrução, é muito bem-vindo," respondeu Leite.
O governador reconheceu ainda a legitimidade do presidente Lula em nomear quem ele considerar adequado, mas ressaltou que ele próprio optou por um perfil técnico para a secretaria estadual. "Da minha parte, busquei um perfil técnico para a minha secretaria de reconstrução, recém-criada."
Ao ser perguntado sobre a crítica do seu partido, PSDB, à politização da tragédia, o governador afirmou que o papel dos parlamentares é fiscalizar o poder público. "O meu papel como governador não é o de fazer análises políticas. Deputados e senadores podem e devem fazê-lo porque o papel deles é de fiscalização e acompanhamento", ponderou.
"Tenho muitas diferenças ideológicas e programáticas com o ministro Pimenta e com o presidente Lula, mas não vou deixar que isso supere a necessidade de agirmos em coordenação para atender uma população que está sofrendo muito", complementou.
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