Sete aviões do Exército e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) serão enviados ao Mato Grosso do Sul nos próximos dias para auxiliar no combate às queimadas que chegaram ao recorde de 3.097 focos neste final de semana.
Das sete aeronaves, quatro são do Exército e três do ICMBio, e há também a expectativa de que 50 homens da Força Nacional sejam sejam enviados ao estado, segundo informou o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento.
“Recebemos o contato, onde foi confirmado o deslocamento de duas aeronaves Air Tractor e mais 1 helicóptero para apoiar o combate no Pantanal. Esse nosso pedido foi apresentado na semana passada durante a reunião com o Ministério do Meio Ambiente, em Campo Grande”, disse no sábado (22).
O envio das aeronaves para reforçar a operação que já conta com outros quatro equipamentos aéreos se dá por conta da magnitude das queimadas neste ano. O tempo ainda mais seco que o normal e o próprio período do ano – caracterizado pela baixa umidade relativa do ar – fizeram disparar a quantidade de queimadas.
Na última semana, a cidade de Corumbá chegou a ter uma muralha de fogo no horizonte e muita fumaça invadiu as ruas. As queimadas já devastaram uma área equivalente a três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
O sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta que o total registrado até o sábado (22) supera os recordes anteriores da série histórica iniciada em 1998. Desde o dia 1º de janeiro, o bioma do Pantanal registra 3.097 focos, uma alta de 2.035% na comparação com o mesmo período do ano passado, de 145 focos.
Os recordes anteriores haviam sido registrados em 2020, com 2.426 focos; em 2009, com 2.156; e em 2005, com 1.067 (veja na íntegra)
O governo do Mato Grosso do Sul informou que a operação de combate às chamas é realizada por 29 bombeiros militares distribuídos nas cidades de Porto Conceição, Cáceres e Poconé. Já o Ministério do Meio Ambiente informou que 170 brigadistas do Ibama e do ICMBio também trabalham no local, e mais 300 serão enviados nos próximos dias.
Na última quarta (17), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) anunciou a criação de um gabinete de crise para monitorar os focos de incêndio no bioma. “Agora nós temos que trabalhar para evitar as consequências mais desastrosas da seca e, em especialmente, queimadas”, disse.
A ministra Marina Silva disse, após a reunião com Alckmin, que o governo vem trabalhando desde outubro do ano passado para prevenir e conter o avanço, mas que a situação deste ano foi intensificada pelo tempo seco. De lá para cá, no entanto, ela e o ministério não se pronunciaram mais sobre a piora da situação no bioma – seus perfis nas redes sociais não mencionam medidas de combate às chamas.
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