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Retrato da namorada do artista. "O vidro me ajuda a encontrar essa transparência nas pessoas. Pinto as sombras e as luzes se revelam" | Divulgação Greg Burns
Retrato da namorada do artista. "O vidro me ajuda a encontrar essa transparência nas pessoas. Pinto as sombras e as luzes se revelam"| Foto: Divulgação Greg Burns

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As paredes são cobertas por desenhos, telas e quadros em vidro que cercam de cores fortes o pequeno cômodo que é ao mesmo tempo cozinha, quarto e sala. De um lado a outro, é possível viajar de um bairro gótico espanhol para uma casinha de fazenda no Brasil. Sobre a mesa redonda, jornal, lixa, giz pastel de óleo e um par de castanholas. Silencioso, o artista as pinta sobre uma placa de vidro.

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O norte-americano Greg Mason Burns vive há dois anos em Curitiba, onde se dedica à arte, sua grande paixão. Em uma experiência, o artista desenvolveu sua própria técnica, pintando com giz pastel de óleo sobre placas de vidro. "Posso ver a fragilidade e a transparência do material e eu acho que ele se encaixa em como eu vejo o mundo", explica Burns.

Ele conta que desenhava desde pequeno, mas sempre ouviu da família que aquilo não poderia ser um trabalho.

Formou-se em jornalismo e fez mestrado em Políticas Europeias e Internacionais. Depois de trabalhar em lojas, restaurantes, times de beisebol e outros lugares, viu-se infeliz. Tentava escrever, mas não conseguia se expressar plenamente. Então decidiu voltar a pintar e, em 2010, adotou a arte como profissão. "Quero mostrar quem eu sou. Eu sou um pouco tímido e a pintura me permite me expressar. Não sei dizer o porquê, mas tenho sentimentos fortes quando eu pinto. Acho que essa é a coisa mais inteligente que eu posso fazer", diz.

Técnica

Antes de iniciar a pintura, ele prepara o vidro passando uma lixa grossa, "para dar textura e a tinta grudar". Como o pastel de óleo não seca, as placas são emolduradas também sob vidro.

"Minha esperança é fazer o comum tornar-se artístico para que as pessoas desfrutem da vida no dia a dia. Gosto de expressar e celebrar o comum".

O único critério para a escolha do tema é a inspiração, ele escolhe objetos e cenas do cotidiano que julga interessantes. Entre suas obras, estão retratos de amigos, lugares que visitou em viagens e uma série de quadros sobre dança flamenca, uma das paixões da namorada.

O perfil observador, Greg adquiriu desde a infância, pois cresceu em uma cidade pequena, no estado de Maine, nos Estados Unidos, onde as pessoas observam tudo. "Quando vejo as pessoas eu quer ver suas atitudes sobre a vida. O vidro me ajuda a encontrar essa transparência nas pessoas, mas eu não tento adivinhar. Pinto as sombras e as luzes se revelam".

Duas paixões

Enquanto ele pinta as castanholas, Nivea Bona, sua namorada, conversa alegremente. "Ele é extremamente tímido e tranquilo. Ele poderia ficar uma semana inteira em silêncio só pintando", diz.

O casal se conheceu em Santiago, no Chile, e, quando começaram a namorar, Greg veio para a capital paranaense, onde também dá aulas de inglês. "Escolhi Curitiba por causa do amor, mulheres especiais fazem isso", diz Greg, que já realizou duas exposições na cidade. "Gosto daqui, acho que Curitiba tem muitos artistas talentosos e quero me conectar com eles".

A pintura sobre vidro do norte-americano Greg Mason Burns

Radicado em Curitiba, o artista encontrou na transparência e nas cores seu meio de celebrar as coisas comuns da vida.

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