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Gabriela Alves em cena rodada em Campo Largo | Fotos: Beth Capponi/Divulgação
Gabriela Alves em cena rodada em Campo Largo| Foto: Fotos: Beth Capponi/Divulgação

Saiba mais sobre o diretor e roteirista Manaoos Aristides

O apelido

O nome artístico Manaoos tem origem no período em que o roteirista e diretor viveu no estado do Amazonas. Em 1969, ele foi estudar Medicina no norte do país, mas logo abandonou o curso para fazer teatro, cinema e televisão em Manaus.

Globo

Durante as décadas de 70 e 80, Manaoos trabalhou na Rede Globo, onde produziu e escreveu para o programa dramatúrgicoCaso Especial. Entre eles, "Na Roda Viva da Vida", dirigido por Herval Rossano, com Jardel Filho e Renata Sorrah. Também dirigiu musicais para o Fantástico, como o clipe da canção "Viajante", de Luiz Gonzaga e seu filho, Gonzaguinha.

Ópera-rock

Atualmente, Manaoos se ocupa da criação de uma ópera-rock político-ecológica que terá músicas da banda Blindagem.

  • Emilio Pitta e Carlos Villas Boa
  • Revolucionários em cena em A Saga
  • O ator e diretor Roberto Bomtempo vive o explorador espanhol Cabeza de Vaca
  • Manaoos Aristides Pereira, roteirista, diretor e produtor de A Saga

Uma odisseia. Na falta de palavra melhor, o título dado por Homero ao seu poema épico, no qual relata as aventuras do herói grego Ulisses, soa adequado para definir o percurso trilhado por Manaoos Aristides Pereira para concretizar o projeto de A Saga. A obra, audiovisual que relata a história da ocupação e colonização do oeste do Paraná desde o século 16, tem 200 horas rodadas, que, editadas, devem originar uma série de 20 episódios, ainda sem data de estreia.

Sem contar com leis de incentivos ou grandes patrocinadores, Manaoos, hoje aos 64 anos, in­­ves­­tiu quase uma década de sua vida para tirar o projeto do papel. E não foi apenas tempo, suor e lágrimas que ele devotou à empreitada. "Vendi carro, casa, apartamento e até minhas relações familiares entraram nessa conta." Mas ele não se arrepende: A Saga deixou de ser um mero projeto artístico para ganhar proporções de missão existencial, uma jornada de autoconhecimento.

Rodada entre 1999 e 2008, a série tem grandes chances de finalmente ir ao ar em 2010, caso deem certo as negociações de Manaoos com a TV Brasil, rede federal de tevês públicas com sede em Brasília. As raízes de A Saga, entretanto, estão fincadas num pessado mais remoto.

Paulista de Duartina, o diretor foi criado no interior do Paraná, em Bela Vista do Paraíso, na região metropolitana de Londrina. Em meados da década de 60, quando estudava em Curitiba, Manaoos esteve em Cascaval, então não mais do que uma vila, apesar de já ser município emancipado. "Era uma lamaçal só, não havia nada." Quando retornou, em 1978, a localidade tinha crescido, virado uma promissora cidade de 100 mil habitantes – população hoje em dia quase quatro vezes maior.

"Quando vi o crescimento da região, como tudo mudava tão rápido, pensei comigo mesmo; ‘essa história precisa ser contada’." Assim nasceu a ideia de A Saga.

Tunel do tempo

Para narrar a epopeia do oeste paranaense, Manaoos decidiu voltar no tempo até 1541, com a chegada à américa de explorador espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca (1490-1507), vivido na série pelo ator Roberto Bomtempo. É o marco incial da história, que se estende até 1952, quando Casca­­vel desmembra-se do município de Foz do Iguaçu. Nesse longo caminho através da história do Paraná, a produção retrata episódios-chave, como a chegada dos imigrantes europeus, sobretudo dos poloneses e italianos. Tam­bém reconstitui a passagem da Coluna Prestes, movimento político-militar brasileiro ocorrido entre 1925 e 1927 e ligado ao te­­nentismo. Em A Saga, quem ga­­nha proeminência nesse contexto é o tenente João Cabanas (Ale­­xandro Mal­vão). É ele que cobre a retaguarda da coluna até Guaíra.

O personagem central da minissérie, no entanto, é Audálio dos Santos (João Vitti), inspirado em Sandálio dos Santos, uma das mais importantes figuras históricas do oeste paranaense. Natural do Rio Grande do Sul, ainda jovem foi buscar fortuna aventurando-se a subir o rio Paraná e teve papel fundamental na colonização de Cascavel e arredores.

Oficinas

Com orçamento estimado em R$ 2,5 milhões, A Saga não teve o aporte de recursos financeiros por meio de leis de incentivo. Manao­os afirma que, para viabilizar o pro­­jetos, além de recursos próprios, contou com a ajuda das prefeituras de várias das localidades onde gravou a série: Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Campo Largo, Morretes, Antonina, Pinhão, Ti­­bagi e Castro. Em todas essas cidades, trocava apoio logístico por workshops ministrados com a par­­ticipação dos habitantes de cada região. Dessas oficinas, saíram vários figurantes, coadjuvantes e integrantes da equipe de produção.

Perfeccionista que é, Manaoos, que tem boa parte da série já preeditada, que rodar´ainda uma última sequência, da qual a protagonista é uma velha maria-fumaça. Não foi gravada antes porque só havia trens semelhantes em Jaguariúna (SP), Tiradentes (MG) e no interior de Pernambuca. Ago­ra, com a chegada de uma locomo­tiva do gênero a União da Vitória, o último apito de A Saga pode ser dado.

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