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Para lançar o remake de um clássico do terror no dia 6/6/06, o número atribuído à besta, segundo a Bíblia, oito salas de cinema de Curitiba exibem, a partir desta terça-feira (6), o filme "A Profecia 666". Muitos fãs do gênero podem ser levados ao cinema no tal dia da "besta", esta terça, mas as chances de se decepcionar são muitas. Principalmente para aqueles que viram o clássico de 1976.

O longa de John Moore ("O vôo da Fênix") tem sérios problemas de direção e atuação do elenco encabeçado por Liev Schreiber. Ele revive o diplomata americano interpretado originalmente pelo impecável Gregory Peck. No papel da mãe da criança, considerada o Anticristo, está Julia Stiles ("O sorriso de Mona Lisa" e "A Identidade Bourne"). Ironicamente a babá do pequeno capetinha é vivida por Mia Farrow (a inesquecível mãe indefesa que dá à luz o demônio no filme de Roman Polanski, "O bebê de Rosemary", de 1968).

Assim como em "A profecia" original, o roteiro acompanha o drama do casal cujo bebê adotivo nasceu às 6h do 6º dia do 6º mês. Com o nascimento deste filho de Satanás na forma de ser humano, começa o fim do mundo, o Armageddon, conforme previsto pelo Livro das Revelações.

As diferenças no novo roteiro ficam restritas à mudança da idade do casal (antes eram dois personagens de meia-idade) e à atualização da própria história mundial. "A profecia" de agora - que incorporou no título os números 666 - inclui acontecimentos devastadores como a tsunami, que atingiu dez países e deixou 168 mil mortos, o atentado às Torres Gêmeas e a Guerra do Iraque.

O diretor relaciona estes fatos com a exploração do mal mostrada no roteiro.

- Não há momento mais relevante na história do que a atual para lembrar as pessoas que o mal não é nem um conceito, nem uma teoria - disse Moore em entrevista recente. - Ele tem uma face humana e ganha poder através da ação de humanos. A verdadeira natureza do mal nunca foi mais visível.

Se dá para levar sustos com o filme? Um pouco. Mas o sucesso de "A profecia" de 1976 se deve mais à boa fotografia, excelente trilha, ótimos atores e um roteiro que segue a linha de "O bebê de Rosemary", de Roman Polanski. Os dois filmes se tornaram clássicos não por sangue nas paredes ou cabeças girando em 360º, mas por serem espetáculos de terror psicológico com histórias realistas.

E não podemos esquecer que "A profecia" surgiu menos de três anos depois de "O exorcista", que arrastou multidões aos cinemas, arrecadou uma bilheteria extraordinária para um filme de terror e foi o primeiro do gênero a ganhar indicação ao Oscar de melhor longa-metragem. Os estúdios estavam loucos atrás de mais verdinhas com um "Exorcista 2". Podem não ter faturado tanto com "A profecia", mas ganharam mais um filme na lista de clássicos de suspense, sustos e demônios.

"A profecia 666" será facilmente esquecida pelos espectadores. E quem sabe nem vista pelos fãs do clássico de 1976.

Confira a programação dos cinemas

Serviço: A profeccia 666, a partir de terça-feira (6): CINEMARK BARIGÜI 8 às 11h40, 14h, 16h20, 19h05 e 22h05; CINEMARK MUELLER 7 às 14h, 16h20, 18h50 e 21h20; CINESYSTEM CIDADE 2 às 14h30, 17h, 19h40 e 21h50; CINESYSTEM PORTÃO 3 às 14h10, 16h40, 19h30 e 21h40; CURITIBA 4 às 14h30, 16h40, 18h50 e 21h; ESTAÇÃO 9 às 15h10, 17h30, 19h50 e 22h30; PORTAL 3 às 14h50, 17h, 19h30 e 21h40; UNIBANCO ARTEPLEX CRYSTAL 5 às 13h, 15h10, 17h20, 19h30 e 21h40.

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