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Livros de Nick Hornby são relançados no Brasil | Sigrid Estrada/Divulgação
Livros de Nick Hornby são relançados no Brasil| Foto: Sigrid Estrada/Divulgação
  • Pop -Alta Fidelidade- Nick Hornby. Tradução Christian Schwartz. Companhia das Letras, 312 págs., R$ 39. Romance
  • Futebol -Febre de Bola- Nick Hornby. Tradução Christian Schwartz. Companhia das Letras, 352 págs., R$ 39. Romance

Dois dos livros mais importantes e influentes das últimas duas décadas acabam de ser relançados no Brasil. Alta Fidelidade e Febre de Bola, escritos pelo autor britânico Nick Hornby na década de 1990, ganharam nova tradução do curitibano Christian Schwartz.

Os livros foram reeditados pela Companhia das Letras, que venceu um leilão dos títulos do escritor e tirou as obras da editora Rocco. Outros textos de Hornby devem ser relançados no ano que vem.

Listas

Alta Fidelidade é um "romance de formação" de uma geração que tem hoje entre 30 e 50 anos. As páginas do livro deram sentido à vida de milhares de aficionados em música e cultura pop que se recusavam a entrar de cabeça em uma vida adulta aborrecida e burocrática.

Em Curitiba, o impacto do livro foi ainda maior depois da adaptação do texto pela Sutil Companhia de Teatro, no premiado espetáculo A Vida É Cheia de Som e Fúria (2000), que trouxe à trama elementos da cena cultural local.

A história fala do inteligente, mas emocionalmente imaturo, Rob Gordon, o dono de uma loja de discos no norte de Londres, e seus dois empregados. Todos na faixa dos trinta anos, eles passam os dias se desafiando com "listas-de-cinco melhores alguma coisa".

Um registro de uma época pré-internet, em que a memória valia muito, e também uma previsão do tempo vindouro, quando a personalidade das pessoas passou a ser definida a partir do que elas curtem no Facebook.

Bola

Já Febre de Bola, que narra a relação de Hornby com o clube de futebol londrino Arsenal, da paixão adolescente à idade adulta, é uma pérola atual e indispensável para quem gosta de literatura e futebol.

O principal mérito do texto foi mostrar que o fã de futebol não é necessariamente um ogro e também pode gostar de boa literatura e música clássica.

Com lirismo e leveza, o livro agrada a quem gosta de boa literatura, mas "pega na veia" de quem é torcedor doente, daqueles que definem os rumos de sua vida a partir da tabela de seu time no campeonato.

Foi escrito em um momento de transição do futebol inglês, do romantismo violento dos hooligans e dos velhos estádios centenários para a mais poderosa liga do mundo, com estádios impecáveis, mas elitizados e frios, em que o negócio superou a paixão pela bola.

Fenômeno que acontece atualmente no Brasil, sede da Copa do Mundo, e é analisado de maneira brilhante por Hornby em uma introdução à nova edição.

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