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A indústria italiana de moda está pedindo ajuda ao governo, diante da crise global que vem reduzindo a demanda por roupas e acessórios de grife e enquanto a primeira empresa do setor vitimada pelo arrocho do crédito entra em administração especial.

As marcas de luxo não vêm sendo poupadas pela turbulência econômica global, e o setor de moda vem sendo atingido pelas evidências crescentes de restrições nos gastos, mesmo por parte dos superricos.

Numa audiência realizada esta semana no Senado, o diretor do Sistema Moda Italia, que representa a indústria têxtil e de roupas, avisou dos riscos enfrentados pelo setor e pediu ajuda do governo.

"O setor italiano têxtil e de roupas corre o risco de se despedaçar sob o peso da crise econômica internacional", teria dito Michele Tronconi, segundo a imprensa italiana.

"Não queremos que ninguém pedale por nós. Sabemos andar de bicicleta, mas, neste momento, estamos precisando de um empurrão."

O governo italiano aprovou este mês um pacote de estímulo de mais de 2 bilhões de euros (2,52 bilhões de dólares) voltado ao setor automotivo e de eletrodomésticos. É a tentativa mais recente do governo endividado de estimular a economia em meio à crise financeira.

A Câmara Nacional de Moda italiana, que já declarou ter ficado chocada porque o setor de moda não foi levado em conta, somou sua voz ao pedido de ajuda, na quarta-feira.

O Ministério da Indústria disse que uma reunião na próxima semana vai discutir a indústria têxtil e de roupas, acrescentando que já tomou medidas para o setor manufatureiro "Made in Italy".

O setor têxtil e de roupas italiano é conhecido por nomes de primeira grandeza como Armani e Versace, além da reputação de qualidade "Made in Italy". Mas nos últimos anos vem sendo atingido por perdas de empregos, fechamentos de empresas e a concorrência asiática.

As empresas menores e familiares são as mais duramente atingidas, na medida que a capacidade produtiva supera a demanda.

Na semana passada, a IT Holding, dona da grife Gianfranco Ferre, pediu administração especial para sua unidade Itierre, que distribui artigos de grifes como Versace e Cavalli. O governo já indicou administradores.

A previsão é que o faturamento da indústria de moda italiana caia 5 por cento este ano, para 63,2 bilhões de euros (79,58 bilhões de dólares).

Num sinal dos tempos, várias grifes optaram por não expor suas criações em desfiles, fazendo apresentações em lugar disso.

Na Semana de Moda masculina outono/inverno de Milão, em janeiro, houve 20 por cento menos coleções expostas, disse Boselli, acrescentando que na semana de moda feminina, que terá lugar em Milão entre 25 de fevereiro e 4 de março, haverá dez desfiles a menos. Apesar disso, afirmou, haverá mais grifes apresentando suas criações.

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