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Matt Damon vive um homem que tem a habilidade de se comunicar com os mortos | Fotos: Divulgação
Matt Damon vive um homem que tem a habilidade de se comunicar com os mortos| Foto: Fotos: Divulgação

O novo filme de Clint Eastwood, Além da Vida, é a primeira produção hollywoodiana de grande orçamento a abordar o tsunami de 2004. O longa, que chega aos cinemas norte-americanos em 22 de outubro, inicia-se com uma sequência espetacular: numa praia da Ásia, uma onda gigantesca se forma e invade o balneário com força devastadora, derrubando casas e árvores, virando barcos e arrastando pessoas.

Simular com verossimilhança movimentos oceânicos por meio de efeitos especiais é tarefa difícil. Mas Além da Vida consegue fazê-lo – confira o trailer do filme em HD (alta definição) no site Guia Gazeta do Povo (guia.gazetadopovo.com.br/trailers). Se­­gundo a revista Time, a plateia de 1.500 espectadores que assistiu à première da produção no último Festival de Toronto, en­­cerrado há uma semana no Ca­­nadá, reagiu "como se fosse uma só pessoa, ou melhor, como se fosse um único menino assustado". O que se via na tela parecia de verdade, diz o texto.

O que esse público viu, conta a publicação, foi um trabalho genial de edição, associado aos efeitos visuais e sonoros, que constrói aos poucos um clima de terror, com clareza e urgência, Ao mesmo tempo em que a sequência oferece ao espectador uma visão das dimensões gigantescas do desastre ocorrido no Oceano Índico, nunca perde de foco dois personagens aos quais já foi apresentado: Marie, uma jornalista francesa, popular âncora de um telejornal (Cécile de France), que faz compras nas ruas do vilarejo quando o tsunami ocorre; e seu chefe e amante (Thierry Nenvie), que está no hotel.

A personagem, uma das protagonistas do filme de Eastwood, é arrastada pelo mar e afunda, mas emerge das águas, para logo depois ser atingida na cabeça por um objeto. Ela perde a consciência e volta a submergir. Desacordada, enxerga vultos contra uma luz muito intensa. Morreu? Não. Um minuto mais tarde, ressurgirá na superfície, cuspindo água.

Muitos dos admiradores do cinema de Eastwood, contido e de abordagem quase sempre mais realista, vão estranhar que o diretor e ator, aos 80 anos, tenha resolvido fazer um filme que aborda o tema da espiritualidade, tão em voga em terras brasileiras. Talvez por ter atingido essa idade, o cineasta tenha sentido a necessidade de discutir a morte.

Escrito por Peter Morgan, festejado roteirista de filmes baseados em fatos reais como A Rainha, Frost/Nixon e O Último Rei da Escócia, Além da Vida tem três personagens centrais, todos ficcionais. Além de Marie, os outros protagonistas são o norte-americano George (Matt Damon), um sensitivo que parece ter a genuína habilidade de se comunicar com os mortos; e o garoto inglês Marcus (Frankie McLaren), que perde, em um trágico acidente, o irmão gêmeo, com quem passa a conversar mesmo depois de o corpo de menino ser cremado.

Como se vê por essa breve si­­nopse, Além da Vida, ainda sem data de estreia no Brasil, não é um filme sobre o tsunami. Mas é sintomático que a onda gigante, um desastre natural, surja em sua narrativa como uma metáfora a respeito do poder do inesperado sobre a vida e a morte das pessoas.

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