Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
exposição

Surrealismo cubano é destaque no MON 

Nova mostra do espaço apresenta uma retrospectiva com 80 obras de Wifredo Lam, a maior sobre o artista já feita no Brasil

Maior mostra com obras de Wifredo Lam no país está em cartaz em Curitiba. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Maior mostra com obras de Wifredo Lam no país está em cartaz em Curitiba. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

O cubano Wifredo Lam foi um artista que se reinventou nas derrotas.

Fugiu da Guerra Civil Espanhola e chegou na França com o sofrimento da perda. Mas encontrou um novo contexto, tanto de vida quanto artístico, o ponto de partida que o transformou em um dos mais importantes surrealistas da arte: uma retrospectiva com 80 trabalhos, todos do acervo do Museu de Belas Artes de Cuba, podem ser vistas em Wifredo Lam – O Espírito da Criação, em cartaz desde a última terça-feira (2) no Museu Oscar Niemeyer (MON). É a maior mostra no país feita sobre Lam.

Pinturas e gravuras, muitas expostas pela primeira vez no Brasil, fazem parte do conjunto, que detalha suas diferentes fases, além da versatilidade: segundo o curador, Roberto Cobas, ao mesmo tempo em que ele descobria técnicas como a gravura em água forte e papel, também pintava telas em óleo, de grandes dimensões.

Refugiado em Paris no final da década de 1930, Lam conheceu o ícone Pablo Picasso, com quem teve uma grande amizade. “É o Picasso quem faz Lam adentrar no cubismo”, conta Roberto, que exemplifica o fato com a tela Mulher com Criança em Cinza, de 1939. “Os elementos geométricos e a simplicidade na estatutária africana do quadro mostram a influência”.

Picasso, de fato, foi uma influência e uma espécie de padrinho para Lam. Porém, o cubano nunca permitiu uma interferência em sua obra, e sim, uma troca de ideias. De qualquer forma, é visível a sua gratidão pelo pintor espanhol: umas das obras, Figura com Asa e Lampião, foi feita para o amigo.

Em 1941, Lam precisa deixar a França por causa do avanço da Segunda Guerra Mundial. Foge pra Marselha e consegue voltar para o país natal. Começa então, uma das fases mais produtivas e brilhantes de sua produção, fala o curador.

É quando ele cria sua obra-prima, A Selva, em 1942 (que pertence ao acervo do MoMa, em Nova York). Nesse retorno, é possível perceber, ainda, a influência da paisagem cubana e dos contos afro-cubanos. A exposição fica em cartaz até 13 de setembro.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.