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Luís Henrique Pellanda, escritor | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Luís Henrique Pellanda, escritor| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Lançamento

Asa de Sereia

Luís Henrique Pellanda. Arquipélago Editorial, 208 págs., R$ 35. Crônicas. Sessão de autógrafos do livro hoje, às 19 horas, Livraria da Vila do Shopping Pátio Batel (Av. do Batel, 1.886, segundo piso), (41) 3020-3500. Entrada franca.

"O cronista precisa causar uma espécie de comoção e criar intimidade com o leitor. Você tem que movimentar alguma coisa no leitor ou movê-lo junto com você", defende o escritor Luís Henrique Pellanda.

Para o autor curitibano, que lança hoje, às 19 horas, na Livraria da Vila, seu novo livro, Asa de Sereia não tenta provocar uma reação sentimental, "fazer chorar ou arrancar sorrisos".

"É realmente tentar colocar o leitor para pensar sobre a história que você contou. Na crônica, você precisa puxar a cadeira e dizer ‘senta aí, vamos conversar’. Todo brasileiro gosta de conversar. Mesmo o curitibano", afirma.

Neste seu segundo livro do gênero – o primeiro, Nós Passaremos em Branco, foi lançado em 2011 – Pellanda reuniu crônicas que saíram publicadas no site Vida Breve, nas revistas TopView e Suplemento Pernambuco e na Gazeta do Povo, de 2010 a 2013.

Escritas para serem lidas no "dia seguinte", as crônicas reunidas ganham uma coesão que foi, de certa forma, premeditada pelo autor. "Uma crônica tem vida própria. Mas você percebe que o leitor que te acompanha cria ligações entre os personagens e a partir dessas respostas é possível chegar a uma unidade", explica.

Em Asa de Sereia, desde a crônica inicial em que reflete sobre a morte ao observar o voo de um grupo de garças até a última em que narra o infortúnio supremo de um sabiá – o pássaro fetiche dos cronistas – o jogo de velar e desvelar das narrativas urbanas de Pellanda obedece à regra de Goethe para a escrita de ficção: "tudo o que escrevi, vivi, mas não como eu escrevi".

Há figuras e espaços urbanos recorrentes e encantos de alquimia verbal, próprios de um narrador habilidoso que amadureceu como cronista para criar sua voz própria de contador de histórias e que usa seus truques para criar um universo em que as coisas não são o que aparentam ser.

"Tudo aquilo aconteceu. Eu acabo acrescentando e tirando detalhes. O leitor sabe que é aquela cidade, são aqueles lugares", revela, sobre narrativas que ocorrem na praia de Guaratuba, no bairro Capão Raso e no centro de Curitiba.

Cintura

Pellanda conta que aprendeu a ler com os grandes cronistas brasileiros do século 20 e diz perceber que o gênero tem conquistado espaço no mercado editorial, até pela facilidade que esse tipo de narrativa tem para ser compartilhada nos suportes virtuais. "É um potencial que não podemos desperdiçar. Como diz o [cronista e companheiro de editora] Humberto Werneck, a crônica é como o futebol: ela não é brasileira, mas aqui ela ganhou uma cintura", observa. GGGG

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