
A soprano Marília Vargas apresenta desta sexta-feira a domingo, no Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), o recital Tempo Breve Que Passaste título que dá nome ao bem-sucedido álbum de modinhas de compositores brasileiros dos séculos 18 e 19 que a cantora paranaense lançou no ano passado.
O disco é a base do recital, que ganhou composições do século 20 e conta com quase a mesma formação da gravação: Ricardo Kanji (flautas), Guilherme de Camargo (viola de arame, guitarra portuguesa e violão), Maria Alice Brandão (violoncelo) e, substituindo a pianista Rosana Lanzelotte, Camilo Carrara (violão).
"Eu e o Guilherme temos feito concertos em duo quase iguais na Europa com enorme sucesso", conta Marília, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. A cantora conta estar adorando o papel de "emissária da boa música brasileira" no exterior. "O público europeu tem recebido muito bem. Estou curiosa para ver como o público brasileiro reage."
Recital
Dividido em duas partes, o recital passa pelo ciclo de árias Marília de Dirceu, composto por 12 trechos de poemas musicados de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), e se encerra com modinhas do fim do século 19 ao início do século 20, incluindo as obras "Modinha", de Jayme Ovalle (1884-1955), "Quem Sabe", de Carlos Gomes (1836-1896), "Lua Branca", de Chiquinha Gonzaga, e "Modinha" e "Cantilena", das Bachianas Brasileiras N.º4, de Villa-Lobos. Kanji e Camargo também apresentam a "Valsa N.º 9", de Camargo Guarnieri (1907-1993).
"Estamos fazendo um apanhado geral da música brasileira desde antes do século 19 até o século 20. Mas, talvez, o mais importante é que se trata de uma tentativa de fazer um programa em que mesmo a música mais antiga pode estar vestida com uma cara mais modernizada", explica Guilherme de Camargo, um dos responsáveis pelas pesquisas de anos que resultaram no repertório do CD e nos recitais que vem apresentando ao lado da cantora.
De acordo com o responsável pelas cordas dedilhadas do recital, a ideia dos arranjos é misturar tradição e contemporaneidade como no caso da roupagem de bossa nova que deram a uma canção de Joseph Fachinetti (1810-1870). "Fazemos essa ponte entre o passado e o futuro em outros momentos", diz Camargo. "Sem dúvida, o público vai reconhecer na música do passado estilos e formas da música de hoje."
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