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Homem segura pedra enquanto corre da polícia | REUTERS/Siphiwe Sibeko
Homem segura pedra enquanto corre da polícia| Foto: REUTERS/Siphiwe Sibeko

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Mostra de Degas está programada para o segundo semestre

Além da megaexposição sobre Leminski, o MON programa para o segundo semestre outras mostras de grande porte. Uma delas é Edgar Degas – Coleção Masp, parte das comemorações aos 10 anos do museu curitibano, que trará 73 esculturas do artista francês, ocupando uma sala de 500 metros quadrados. A curadoria será do crítico e professor Teixeira Coelho, que fará ainda visitas guiadas e palestras sobre Degas. O carioca Di Cavalcanti também está na programação, com obras vindas de museus e colecionadores de todo o país.

No dia 4 de outubro, America – Pop Arte das Contravenções também estará em um espaço amplo do museu, para contar como artistas brasileiros e argentinos retrataram seus períodos de repressão, coleção completa vinda da Fundación Proa, de Buenos Aires. Cildo Meireles, Hélio Oiticica e o argentino León Ferrari são alguns dos artistas. "Nossa intenção, cada vez mais, é trazer exposições maiores e que tenham um caráter bastante didático. A ideia é transformar o museu em um instrumento de conhecimento, e afastar o risco de ser somente uma galeria", salienta a diretora do museu, Estela Sandrini.

Colocar obras do acervo do MON em movimento também está na pauta do semestre, com uma exposição que ficará em cartaz em três salas e mostrará vários artistas paranaenses, como Guido Viaro, Helena Wong e Poty Lazzarotto, até outras telas que pertencem ao museu, de nomes como Iberê Camargo e Anita Malfatti.

A poesia e a figura de Paulo Leminski (1944-1989) são tão representativas para Curitiba quanto as gravuras e murais de Poty Lazzarotto. Por isso, em 2009, quando o poeta foi homenageado, nos 20 anos de sua morte, com Ocupação Leminski, exposição no Itaú Cultural, em São Paulo, a capital paranaense ficou triste, até mesmo ressentida, por não ter recebido a mostra que apresentava, em ordem cronológica, o trajeto do artista. Depois de anos de negociações, quando a família já não tinha mais esperanças de fazer uma homenagem local, o Museu Oscar Niemeyer receberá em seu salão mais nobre, o "olho", a exposição Múltiplo Leminski, uma versão ampliada da mostra realizada há três anos, que será inaugurada no dia 27 de outubro, com curadoria da mulher de Leminski, Alice Ruiz.

Para se ter uma ideia de dimensões: segundo Alice, o espaço da exposição em São Paulo era de 120 metros quadrados; no MON, são 1,2 mil. "No Itaú, pincelamos sobre cada atividade do Paulo. Desta vez, teremos possibilidades de ampliar e aprofundar", conta. Fotos pessoais, documentos, vídeos, músicas e objetos pessoais de Leminski estarão no espaço, mas ainda não há detalhes específicos sobre o número de itens. "Está tudo em pleno processo", ressalta a curadora.

A ideia central, como diz o título da exposição, é mostrar o Leminski além do poeta: sua faceta como músico, compositor e até mesmo nos trabalhos de arte urbana, numa época em que o grafite era visto somente como vandalismo. "Sua influência oriental, a capacidade que ele tinha como poliglota e tradutor, também serão contempladas", diz uma das filhas, Áurea Cunha, que considera a vinda da exposição a Curitiba uma "vitória." "Foi algo batalhado. Tivemos várias tentativas, mas era difícil fechar as datas, verbas e apoios. Quando veio o convite do MON depois de tanta espera, não poderia ser melhor. Vai ser dez vezes maior do que esperávamos."

Esses aspectos curiosos que podem não ser novidade para muitos, ajudarão, segundo Alice, a aproximar as pessoas, sobretudo jovens, que conhecem pouco do trabalho de Leminski. "Será possível ver o quanto ele foi inovador nas linguagens que expressou." O lado musical do artista terá em um espaço específico dentro da mostra, mas também permeará toda a exposição, tarefa que está a cargo da outra filha do poeta, a cantora e compositora Estrela Leminski.

A diretora do museu, Estela Sandrini, salienta que a homenagem era um desejo não só do MON, como da cidade. "Quando assumi a direção, meus familiares me disseram logo de cara que eu tinha de trazer uma exposição sobre o Leminski. É um apelo grande das pessoas que gostam dele e de seu trabalho." Para ela, o fato de a exposição sobre o poeta ser montada no mesmo espaço onde está atualmente Poty, de Todos Nós, é "escrever uma nova história no museu." "Poty e Leminski têm uma postura nacional. Os dois não foram artistas que simplesmente nasceram aqui, mas que escolheram Curitiba para viver e a levaram para todo o Brasil." Estela adianta que o público terá Leminski "do chão ao teto", em todo o espaço do olho.

Mais Leminski

Até o final deste ano e começo de 2013, outros projetos sobre a obra do artista múltiplo serão lançados, todos com a organização da família. Todo o acervo do escritor, como manuscritos, entrevistas e artigos foram digitalizados por Áurea, que lançará os materiais em uma plataforma digital até o início do ano que vem, o que facilitará pesquisas sobre o autor. Já Estrela prepara um resgate musical da obra do pai, e Alice Ruiz, em negociação com a Companhia das Letras, organizou uma coletânea da obra poética de Leminski, em um único volume, que deve ser lançada pela editora até dezembro.

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