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As Sete Caras da Verdade: performances vocais e corporais durante 40 minutos | Divulgação
As Sete Caras da Verdade: performances vocais e corporais durante 40 minutos| Foto: Divulgação
  • Nicolaiewsky e a intrépida trupe de Maurício Vogue: quadrinhos dialogam com a ópera
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Se tudo tem o seu tempo para ser e acontecer, a Ópera Atômica – As Sete Caras da Verdade teria como destino estrear exatamente hoje, 26 de março, em pleno Festival de Curitiba. O projeto, concebido há mais de duas décadas pelo músico gaúcho Nico Nicolaiewsky (da dupla Tangos e Tragédias), foi deflagrado a partir do momento em que ele viu o primeiro filme da série Indiana Jones, Os Caçadores da Arca Perdida, de 1981. A vida fluiu e, envolvido em outros projetos, há quatro anos ele finalizaria a gravação do CD com as músicas e um encarte com o enredo traduzido para o formato de histórias em quadrinhos. Talvez, tudo pudesse ter acabado ali mesmo.

Mas o acaso ou, nessa situação específica, o Programa do Jô , alteraria os rumos da proposta. Nicolaiewsky contou em rede nacional que tinha um projeto que poderia ganhar os palcos se houvesse algum parceiro. Foi a deixa para que Maurício Vogue fizesse, já no dia seguinte, uma ligação interurbana de Curitiba para Porto Alegre.

Depois de quatro anos em busca de viabilidade financeira, incluindo exaustivos ensaios nos últimos 60 dias, hoje, às 19 horas, no Teatro Regina Vogue, acontece a estreia "interplanetária" como definiu Nicolaiewsky, durante a entrevista coletiva realizada ontem de manhã no Memorial de Curitiba.

São 16 artistas em cena. Oito deles no coral, outros quatro solistas e quatro músicos. Em meio à música, performances corporais e vocais, um tema puxa outro mote que chama um novo assunto e, em moto-contínuo, nada é facilmente resolvido. Confuso? Nem um pouco. Maurício Vogue interpreta o personagem Rodolfo que, logo no início, mata Alencar, que ganha complexidade com o ator Daniel Siwek. O corpo do "assassinado" permanece imóvel no palco cerca de 40 minutos do espetáculo.

Os elementos de uma ópera tradicional dialogam com nuances cênicas, mas é o humor que catalisa e amarra a condução dessa ousada proposta. "É uma brincadeira séria", dia Daniel Siwek. "O humor, de certa maneira trágico, desenvolvido por Nicolaiewsky no Tangos e Tragédias, está presente, mesmo indiretamente, nesta montagem", define Maurício Vogue. Nicolaiewsky, por sua vez, sabe que filigranas de seu "DNA artístico" podem estar pulverizadas neste projeto, mas enfatiza que o público não vai, necessariamente, encontrar o "clima" de Tangos e Tragédias na ópera cômica. "Outra coisa": eis uma tentativa de definir As Sete Caras da Verdade.

Nos breves, mas intensos instantes em que permanece vivo em cena, o personagem Alencar conta um segredo para o seu algoz, Rodolfo. Esse mistério, indecifrável, e o próprio corpo (no chão do palco) terão funções importantíssimas no desenrolar da trama. A viúva, Rosana Stavis, e Rodolfo – inclusive – dialogam com o "cadáver".

Iluminação e figurino foram concebidos em sintonia com a linguagem dos quadrinhos, ponto de partida para o que será exibido neste evento-vitrine já em reta final.

Serviço

Ópera Atômica – As Sete Caras da Verdade. Teatro Regina Vogue (Av. Sete de Setembro, 2.775 – Shopping Estação), (41), 2101-8292. De hoje (26) a domingo (29), às 19 horas. R$ 20 e R$ 10.

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